1. O governo pretende avançar com o "ajuste directo" de obras até 5 milhões de euros (essa "mítica" verba de «1 milhão de contos»);
2. A oposição diz que «é algo que é extremamente perigoso em anos eleitorais» e o Portugal profundo preocupa-se;
3. O sr. Primeiro-ministro responde no parlamento com o anúncio de que a medida de excepção(?) "só" se aplicará a dois domínios: escolas e eficiência energética em edifícios públicos. Pretendia com isto responder às questões da garantia de transparência e justa concorrência num ano especialmente crítico em termos eleitorais (não esquecer o caso Mário Lino e a "inquirição-geral" ao calendário de inaugurações);
4. Relativamente às escolas bom seria que, a par do investimento na melhoria da qualidade do parque escolar (embora sem esquecer a parte do equipamento), houvesse a preocupação de limitar o processo de concentração escolar no interior do país posto que este i) retira vida aos núcleos populacionais mais pequenos, ii) "atira" com as crianças e jovens para super-escolas em que a massificação tende a "esmagar" o equilibrado desenvolvimento da Pessoa, diluindo-a desde muito cedo num contexto psicológico, emocional e relacional de "grande número", de "massa anónima"; iii) acaba por não proporcionar (contra o que se poderia esperar) um contexto mais favorável à "liberdade de educação", no qual os pais pudessem optar entre orientações alternativas, nomeadamente no que concerne a matérias de consciência (como a Educação Sexual), de arte e cultura (que orientação literária/cultural? que modalidades de expressão artística?) ou até de orientação vocacional e tecnológica (atendendo designadamente ao perfil local/regional da actividade económica e do emprego;
5. Relativamente à "eficiência energética", tema de grande actualidade em face da "verdade inconveniente" do aquecimento global*, não deixa de ser curioso que por estes mesmos dias a Martifer (parceira do Governo em projectos de envergadura, com destaque para o "desenrascanço" ao ministro Manuel Pinho no mediático caso das minas Pirites Alentejanas) anuncie em força nas caixas Multibanco a sua "oferta" nesta nova área da "Home efficiency".
* é pena que as agendas dos nossos governantes não lhes deixem tempo para visionar outras "verdades inconvenientes", que não a de Al Gore, designadamente o documentário sobre o "Inverno Demográfico".
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