sexta-feira, outubro 29, 2010

UMinTransition - «horta pedagógica» na Univ. do Minho

Caros concidadãos da Univ. do Minho...
... e planeta Terra,

Sem entrar na discussão sobre quanto tempo ainda nos resta de "petróleo barato" - e a julgar pelas tendências longas do preço do barril, talvez não seja assim tanto! - parece evidente que há todo o interesse em nos prepararmos para um tempo em que os custos de transporte dos alimentos encorajarão fortemente a sua produção local. Entretanto, passadas duas ou três gerações de acentuada terciarização da nossa sociedade, pode ter-se perdido capital humano precioso para uma readaptação ao novo paradigma: urbano/rural. Mesmo assim, muitas pessoas concordarão ainda que melhor do que o second-life ou o Farmville é uma farm que dá legumes reais e captura toneladas de CO2. E que melhor laboratório para esta experiência que... um campus universitário?

Interessado nestas questões, desloquei-me no dia 22 de Outubro a Paredes, onde se encontra em marcha a iniciativa «Paredes em transição». Jacqi Hodgson, membro da «Transition Network» e autora do livro "Totnes Energy Descent Action Plan" dava ali uma palestra. O objectivo da rede «in Transition» é fomentar uma transição gradual das comunidades locais para uma realidade em que o petróleo/gás serão cada vez mais escassos e caros. Aumentar a "resiliência" destas comunidades passa, então, pelo reforço da capacidade de produção de uma parte cada vez mais significativa dos seus alimentos (e vestuário?), adoptando processos energeticamente sustentáveis, procurando energias renováveis, etc.

Estou convicto de que muito do que ali foi dito e discutido, e ainda mais, pode ser feito no universo da Universidade do Minho, nomeadamente nos seus dois campii principais de Gualtar e Azurém. Uma das primeiras linhas de intervenção que se afigura viável poderá ser, desde já, o aproveitamento de alguns solos dos nossos campii para a instalação de "hortas pedagógicas", beneficiando também da experiência próxima da horta pedagógica da Câmara Municipal de Guimarães, em actividade há cerca de 2 anos.

A iniciativa UMinTransition pode igualmente proporcionar uma plataforma de investigação/inovação multidisciplinar com ênfase nas áreas da Energia, Engenharia, Economia, Ambiente, Agronomia. São imensas as possibilidades, uma vez lançadas mãos à obra: métodos sustentáveis de bombeamento e/ou tratamento de águas para rega; micro-geração; dinheiro electrónico para o mercado local de troca de produtos (à imagem da Totnes-pound), mas garantindo sempre a autonomia em relação às redes públicas de electricidade, gás e água.

Em Portugal, neste momento há duas iniciativas reconhecidas: Paredes e Pombal. A U.M. pode ser a terceira iniciativa e a primeira do sistema universitário. Ainda que apenas 1% da comunidade académica se mostre interessada na iniciativa «UM in transition», já teremos um grupo suficiente para avançar com um pedido de terras ao Magnífico Reitor. Aqui fica, pois, um convite a todos os interessados (professores, funcionários e alunos) para uma primeira reunião. Para o efeito reservei o anfiteatro B1.17 no campus de Azurém para a próxima 4ª feira, dia 3 de Novembro, a partir das 14h00. Assim ficaremos a conhecer o real interesse da nossa comunidade académica neste projecto e poderemos então analisar os passos a dar.

Saudações académicas,
Luis Botelho, DEI - escola de Engenharia da U.M.

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hoje...


















amanhã?



In http://www.transitiontowntotnes.org/ «Transition Town Totnes (TTT) is a dynamic community-based organisation with near 40 local projects and 9 theme groups working to strengthen the economy and prepare for a future with less oil and a changing climate. TTT is community led and everyone is needed. »


nota final: Visitando aldeias do sertão angolano, verifica-se que um acesso sustentável a água e energia eléctrica pode fazer toda a diferença para aquelas populações, proporcionando-lhes qualidade de vida e acesso ao mundo sem necessidade de migrar para a "grande cidade". A direcção da missão de Tchindjenje (Huambo - angola) mostrou-se interessada em beneficiar em primeira mão dos resultados que venham a ser conseguidos com a nossa ACÇÃO PRÁTICA.

sexta-feira, outubro 01, 2010

Zilda Arns

“Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los.”

cit. do blogue "o Arcanjo no ar"

Zilda Arns (1936-2010)

quinta-feira, setembro 16, 2010

ser português... dos 4 costados e dos 2 genes

Ser português é para quem nasce, não para quem quer...

Mas também há quem pense e diga, como já escrevi algures parafraseando um célebre ateniense:
«Portugal é uma ideia»

Os genes, se calhar, sendo informação também estão a caminho de ser uma ideia!

terça-feira, agosto 10, 2010

CPLPaz

Entre os povos falantes de português vai-se formando uma consciência crescente da necessidade de que todos nós possamos um dia livremente circular entre os nossos diferentes países. Um direito tão exuberantemente exercido por Fernão Mendes Pinto no séc. XVI, não deveria ser negado aos luso-falantes do séc. XXI, a menos que a história humana se faça afinal de retrocessos. Em última instância, a realidade concreta do séc. XXI poderia exigir apenas o controlo aduaneiro mínimo para um efectivo combate ao tráfico humano e ao narco-tráfico.

Pensamos que esta visão pode concretizar-se por meio de uma política de vistos mais aberta do que a actual ou talvez mesmo pelo «passaporte lusófono» defendido pelo M.I.L., o Movimento Internacional Lusófono, formado por pensadores independentes, por cidadãos de todos os países lusófonos. Nesse sentido, será importante que os nossos diferentes povos estimulem os respectivos governantes a aprofundar esta «cidadania lusófona» ainda que, no caso português, à custa de alguma euro-cidadania. Mesmo sem chegar a extremos como o de Mário Soares, quando disse que estavamos “na Europa para lhes sacar os subsídios”, está cada vez mais claro que o casamento com a Europa é mais de conveniência que de “amor”.

Acredito que o mandato de Angola na presidência da CPLP, que ora se inicia, constitui uma excelente e talvez irrepetível oportunidade para fazer avançar o projecto duma «cidadania lusófona», quaisquer que sejam as fómulas que os compromissos da política venham a ditar como possíveis. Haja, para tanto, «solidariedade na diversidade» e uma visão política de horizontes largos.

Parece-me que um passo decisivo para esta construção será a eleição directa, pelos cidadãos dos nossos povos, dos deputados do novo «Parlamento da CPLP1». Enquanto a CPLP não adoptar uma prática da-base-para-o-topo, dificilmente se poderá afirmar no mundo e ter consequências práticas positivas na vida das pessoas. Talvez uma CPLP mais forte possa inclusivamente constituir uma forte âncora da Paz nas democracias emergentes como Angola quando, cumprindo-se a lei da política ou a lei da vida, os seus líderes históricos ou carismáticos houverem de ser substituídos ao leme.

Sabemos bem que muitos e variados argumentos de natureza social, económica ou cultural, mais técnicos ou mais emocionais, podem ser invocados a favor da consolidação da CPLP. Mas será bom que, nas minúcias de análise a que se entregam as comissões e comitivas “especializadas”, não se esqueçam o superior interesse dos nossos povos irmãos, traduzido nesta ideia central: pela Paz, para a Liberdade e o Desenvolvimento.

Porque a ideia da Paz2… até uma criança a entende.


Luís Botelho Ribeiro

Benguela, 2 de Agosto de 2010


notas:

1 Se tal vier a acontecer, bom seria também que encontrássemos ou, talvez melhor, recuperássemos um nome mais significativo e fácil de pronunciar que esta série de consoantes que mais parece uma palavra moldava: CPLP

2 Curiosamente, a bandeira portuguesa que as caravelas trouxeram era branca. Isso mesmo, branca – da cor da Paz!

quarta-feira, junho 02, 2010

D. José Policarpo critica Cavaco no casamento 'gay'

D. José Policarpo critica Cavaco no casamento 'gay'

Aos microfones da Renascença, D. José Policarpo criticou a decisão de Cavaco no casamento homossexual, afirmando que «à luz da sua identidade cultural de católico, [..] precisava de marcar uma posição também pessoal». Parece-nos que, em devido tempo e por maioria de razão, teria sido justo criticar publicamente os grandes responsáveis desta iniciativa legislativa do governo: o ministro Pedro Silva Pereira e o primeiro-ministro.

Ao primeiro-ministro (PM), talvez tivesse sido mais aconselhável que o próprio D. José Policarpo, de visita ao Palácio de S. Bento em Outubro último, não desse as garantias de que a Igreja não provocaria uma "guerra santa" por esta questão. Que fiel tem sido à palavra dada a José Sócrates!

Ao ministro Pedro Silva Pereira, que
em Janeiro, no parlamento, ao lado do PM "assumiu a paternidade" da proposta de lei, apesar de católico com envolvimento activo em movimentos pastorais (pastoral da juventude e/ou cursos de preparação para o matrimónio - CPM - na Diocese de Lisboa), D. José Policarpo também poderia ter questionado publicamente a sua «identidade cultural de católico», como fez com Cavaco Silva que "apenas" a promulgou. Se o casamento homossexual é tão contrário à doutrina da Igreja e dá entrada no nosso ordenamento jurídico exactamente pela mão de um antigo dirigente católico da Diocese de Lisboa, o seu Bispo não dá nem pede explicações sobre isso?

Terá afinal a igreja de Lisboa perdido a sua independência face ao poder político, contando com o seu apoio à construção da nova Igreja e Centro Pastoral de S. Francisco Xavier, em Lisboa? E chegando a tomar como arquitecto o publico e notório maçon - Arq. Troufa Real? Terá sido nestas andanças que D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, chegou à fala com o "sub-mundo" da maçonaria, concluindo nada mais lhe encontrar de significativamente condenável do que o "secretismo"? (cf. declarações televisivas que cito de memória)

Será que, perante tudo isto, D. José Policarpo tem ainda autoridade moral para censurar Cavaco Silva?...

Unidos ao Papa, pedimos conversão e purificação para a Igreja portuguesa, para todos nós.

Luís Botelho Ribeiro

terça-feira, maio 25, 2010

o Presidente e a Selecção

Na sua declaração de promulgação da lei do casamento homossexual, disse o Presidente da República:

«[...]entendo que não devo contribuir para arrastar inutilmente este debate, o que acentuaria as divisões entre os Portugueses e desviaria a atenção dos agentes políticos da resolução dos problemas que afectam gravemente a vida das pessoas.»

Seguindo esta mesma lógica, Cavaco Silva é capaz de entender igualmente que "arrastar inutilmente" a atenção dos portugueses pelos estádios de futebol poderá desviar a atenção do governo da resolução dos problemas concretos. E por isso, intimamente desejará que o mundial acabe cedo para a selecção nacional, para mais cedo os portugueses se concentrarem e concertarem na resolução da crise...

A julgar pela atitude da selecção portuguesa ontem, diante da selecção de Cabo Verde, parece que os jogadores entenderam e estão a acatar a vontade presidencial...

sexta-feira, março 26, 2010

a paixão do Papa Bento

Nuno Serras Pereira

25. 03. 2010


Hoje celebra-se o dia em que o Deus Filho, pelo poder do Espírito Santo, Se fez um organismo unicelular humano, ou seja, se fez homem, no seio da Virgem Maria.

Faz hoje quinze anos que o bom Papa João Paulo II deu ao mundo aquela luminosa encíclica que, nas palavras do então Cardeal Ratzinger, é um dos quatros pilares da Igreja no terceiro milénio, a saber, O Evangelho da Vida. Foi inspirados por este esplendor do Amor que dela irradia que vários países e nações decidiram celebrar neste dia 25 de Março, nove meses antes do Natal, o Dia da Criança concebida e (ainda) não nascida, ou da criança a nascer. É também em memória deste Acontecimento que todos os dias 25 há grupos de pessoas espalhadas por Portugal inteiro rezando à porta de hospitais, centros de saúde e clínicas onde se esquartejam estes filhos de Deus e irmãos nossos.

Por tudo isto andava eu pedindo as inspirações do Espírito Santo para vos escrever alguma que servisse de acção de graças pelos trabalhos fecundos que têm salvado tantas crianças, de estímulo e de ânimo para não desanimar, de reparação ao Senhor e a Sua Mãe santíssima pelas ofensas tantas e tamanhas que este povo lhes tem feito, e também de conversão maior ao Amor que é este Evangelho.

Mas Deus do Céu!, só consigo pensar na Criança a sofrer. A Criança que é Jesus assim martirizado, ainda antes de nascer, mas também que é conspurcada nas crianças abusadas por quem o devia representar, torná-Lo presente. Porém esta Criança é também o santo e inocente Papa Bento XVI. Sua Santidade, santo Deus é tão claro e evidente!, por cada caso que conhece de qualquer criança abusada, ainda para mais por Padres, sente o seu bom coração trespassado por uma espada, cada abuso é para ele um suplício, um flagelo, uma coroa de espinhos quer por causa das crianças e menores quer por causa do Sacerdócio corrompido, maculado, coberto de imundície. Desde sempre, como Padre, como teólogo, como Bispo, como Cardeal e agora como Papa lutou denodadamente e com o maior desassombro contra os membros da Igreja que a queriam destruir, mudar, reinventá-la em vez de a receber do Seus Senhor. Avisou, advertiu, exortou, admoestou, apontou as consequências nefastas da hybris, mas foi sempre incompreendido, caluniado, posto a ridículo e, não obstante nunca retrocedeu um passo, permaneceu constante na Verdade, sempre se confiou ao Senhor. A fecundidade do seu labor com João Paulo II e agora a do seu Pontificado é patente e, sem sombra de dúvida, será um dos grandes nomes que ficará na história da Igreja e da humanidade.

“Deus que não poupou o Seu próprio Filho” parece também não querer poupar o Seu humilde servo Bento XVI. E eis que agora se desencadeiam furacões de falsidades, tempestades de meias verdades, tsunamis de falsos testemunhos, vulcões de ódio contra o Inocente. É preciso agredir aquele que torna presente o Salvador do mundo, maculá-lo, escarrá-lo, desfigurá-lo, eliminá-lo com “sentenças” injustas. Esmagai o infame!, acabemos com a Igreja!, dêmos rédea solta ao Maligno!, só a ele serviremos porque só ele nos satisfaz todos os caprichos e desejos.

Claro que tudo isto não é dito em voz alta, mas é pensado e cuidadosamente planificado. Levantam-se suspeitas, insinuações, manipulam-se as notícias de modo a que a massa conclua e diga aquilo que eles não ousam proferir. Mas se a Igreja diminuir significativamente o seu peso e influência no mundo verificar-se-á que ela era o baluarte que protegia e promovia o bem das crianças e dos jovens. A pedofilia não só será legalizada como será indicada como a iniciação mais aconselhável a uma sexualidade sã…

Santo Papa Bento, eu estou contigo, nós estamos contigo (este tu que aqui uso é o mesmo respeitoso com que me dirijo a Jesus Cristo nas minhas orações pessoais) e ajudar-te-emos como Simão de Cirene a levar a Cruz.

Tu que toda a vida foste o que Jesus nos mandou – ser como as crianças - és hoje a Criança a sofrer.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Irmãos comunistas

Posso chamar-vos irmãos como vos chamaria também Francisco de Assis?

Que a Paz esteja convosco.
Estive nas galerias do parlamento no passado dia 8 de Janeiro, para assistir à discussão e votação da petição popular em prol de um referendo e também das propostas de lei do casamento homossexual.

Entristeceu-me ver a bancada do PCP alinhar contra a proposta de auscultação ao povo - em referendo - rasgando, assim, em poucos minutos as vossas mais heróicas e corajosas páginas de resistência pelo direito de voto em liberdade ao longo de décadas, assim magnificamente sintetizadas pelo também comunista Zeca Afonso:

«o povo é quem mais ordena, dentro de ti, ó cidade»

Que se passa? O Zeca já morreu «as duas vezes» do poeta? Ninguém o escuta nem o lê? Ou lê mas não o atende?

É que ele também cantou assim:

«E embora seja ladrão
aquele que tenha mãe
lá tem no meio da luta
ternos afagos de alguém»

Se, para o Zeca, ninguém será completamente infortunado se ao menos tiver mãe, então se cá voltasse hoje o que acharia ele de ver o PCP alinhar em propostas de lei que atirarão crianças para casas onde não haverá um pai e... uma mãe?...
Se a proposta do governo, aprovada no parlamento, vier chumbada do Tribunal Constitucional e o PS lhe "podar" (e até estamos em tempo disso) a inibição de acesso à adopção de crianças, um deputado do PCP a quem o Zeca ainda diga alguma coisa não pode senão votar contra.
Abster-se, seria tibieza de aburguesados - não chega!

Vem chegando a hora e já chegou em que é preciso decidir pelo "superior interesse das crianças" ou admitir que os comunistas, num certo sentido, sempre "comem meninos ao pequeno-almoço". Também aqui, a opção do Zeca estava feita... e em belos versos. Merece ser respeitada pelos comunistas de hoje:

«O meu menino é de oiro
é de oiro o meu menino
hei-de levá-lo ao céu
enquanto for pequenino»

Irmãos comunistas, não vos torneis cúmplices - por omissão ou abstenção - daqueles que no PS, no PSD e no BE pretendem levar os nossos meninos... ao inferno.

Luís Botelho Ribeiro

nota: texto enviado por email no dia 15.01 para o Grupo Parlamentar e a direcção nacional do PCP. Sem resposta até agora...

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Red Bull air race sem interferência do estado

Como se sabe, a edição portuguesa desta corrida tem decorrido entre o Porto e Gaia. Este ano, e por supostas interferências de empresas tuteladas pelo Estado, a organização estará em vias de ser transferida para Lisboa / Oeiras.

E o orçamento da iniciativa que rondaria os 800.000 euros estará em vias de passar para os 3.500.000 euros! Como explicar uma tal "evolução"? Os poderes públicos, desde logo o Giverno, o Ministério da Economia, devem explicações aos cidadãos portugueses - a todos, independentemente da região onde vivam e contribuam com os seus impostos para o desgoverno do erário público.

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