quinta-feira, setembro 29, 2011

por que razão estamos nesta crise?

Estamos nesta crise, como sempre, por três razões principalmente:

1. por nossa culpa;
2. por nossa culpa;
3. por nossa tão grande culpa.

Justifico:
1. porque nos convencemos que "éramos ricos" - quando na verdade "estávamos ricos"... com dinheiro alheio, emprestado e... a devolver com juros;
:. logo, por nossa culpa.

2. porque a nós mesmo nos falsificámos, renegámos as origens, a matriz, a nossa identidade, degenerando num "nem carne nem peixe", insosso,  irreconhecível em face do que natural e informalmente somos:
  • complicámos e formalizámos quanto pudemos, alienando a capacidade de sonho, de ver as pessoas para lá das instituições;
  • renegando a nossa simplicidade natural, o lado bom do "porreirismo" nacional, reprimimos a nossa tendência para a colaboração generosa e desinteressada;
  • inebriados pelas promessas do estado social, abandonámos a ideia de Família e de comunidade, o padrão que dava a consistência ao tecido social português, séculos afora, desde os tempos dos Montes Hermínios, passando pela velha aliança dos "três (ou quatro) estados" e pela história tragico-marítima em que dolorosamente aprendemos o sentido de "estarmos todos no mesmo barco" (literalmente)
:. por nossa culpa, pois.

3. porque vendemos a alma ao diabo, em troca de um prato de lentilhas
  • preferindo "ser como outros" em vez de "ser cada vez mais iguais a nós próprios"
  • substituindo valores absolutos como o da vida e da liberdade humana, pelo relativismo ético
  • trocando a verdade pela imagem,
  • as pessoas pelo "sistema,
  • a justiça pela conveniência,
  • o "nós" pelo "eu",
  • a "fé" pela desconfiada "acreditação",
  • a qualidade pela quantidade,
  • a liberdade pelo (ilusório) poder,
  • a flexibilidade pelo formalismo,
  • a responsabilidade pelo hedonismo,
  • a força da razão pela razão da força (ou do poder),
  • a franqueza pela dissimulação,
  • a realidade pelo delírio,
  • a poupança pela vida a crédito,
  • a vergonha pelos resultados (ilusórios),
  • a iniciativa pelo parasitismo
  • a luta pela passividade 
  • a auto-confiança pela "estabilidade"
  • a busca pelo conforto
  • a cidadania pelo estado

Enfim, por nossa tão grande culpa,

sacrificando o futuro ao presente, já nem o presente é nosso!


Mas há solução?
Claro que há.

Por 900 razões - tantas quantos os anos decorridos desde que D. Afonso Henriques viu a luz em Guimarães*.


* sim, há-de ter sido em Guimarães, mais do que pela tradição, pela evidência.