terça-feira, abril 24, 2007

Thoreau, Gandhi, Russel, Cícero, Chomsky, Orwell e Popper X Sócrates

Em dias de perplexidade cívica, apetece regressar a Thoreau e à sua proposta de desobediência civil (tb. em castelhano), inspiradora de Gandhi, de M. Luther King, de movimentos de resistência passiva e oposição à guerra (Vietname, Iraque...)


Ressoa Cícero... O Tempora, O Mores!
Que TEMPO este?
Portugal, que futuro?
Portugal, que novas oportunidades?

Quem nos leva os nossos fantasmas?
Quem nos está a roubar todos os sonhos?
(60.000 novos desempregados do Vale do Sousa, "desenrascam-se" na construção civil em Espanha e... viciam os números do desemprego em Portugal, mantendo-se a ilusão no discurso oficial: "o Vale do Sousa não apresenta taxas de desemprego significativas")






Quem nos delimita os sonhos com 4 linhas de cal? É esse o hectare da nossa liberdade? O palco da nossa efémera existência televisiva?
É esse o relvado terreno duma existência fugaz?









Sem a blogosfera, seriam "a bola", "o record" e "o jogo" os canais da palavra para os filhos do povo?
Na televisão pública alguém fora das redacções decide o que é assunto e quem é assunto. E os jornalistas pagos por nós, tornam-se mero rosto e voz de um poder nú (Russel). É a manipulação dos media (Chomsky), o triunfo final dos porcos (Orwell), dos inimigos da sociedade aberta (Popper).




(f
oto retirada do blogue "democracia em Portugal", por Tiago Carneiro)


E enfim, perante a apatia cívica que se avoluma, vamos lendo o que pudermos... enquanto pudermos... Vamos aproveitando os ensinamentos e o edificante exemplo que alguns políticos de sucesso dão aos nossos filhos.

Realmente...

esforço para quê?
estudo para quê?
mérito para quê?
amor à Verdade para quê?
confiança na justiça para quê?
respeito pela constituição para quê? Mas há algum artigo que não seja letra morta? (a começar pelo fundamental art.º 24)

segunda-feira, abril 16, 2007

Às quinas! Ao prós e contras!


Li José Sarney | 16.04.07 - 10:09 am

... e fiquei pensando que talvez a "reunião de Santarém" tivesse sido já um ensaio de "Estados Gerais" da blogosfera realizados em Santarém. Mas afinal... o tema era o (ar)roteiro para a inclusão.

Maior do que a primeira mágoa, de não ter sido convidado/informado, foi a de afinal não passar de uma hipótese. Mas há hipóteses de que facilmente se passa a uma "tese". Neste caso, tendo como anfitriões o Presidente da Câmara de Santarém, o especialista em criminologia Moita Flores, e o António do PortugalProfundo que levantou esta imensa lebre - sem esquecer a presença moral de Salgueiro Maia, para falar de "Portugal, que futuro?" haveria a garantia de uma "casa cheia" de blogonautas. E as cadeiras vazias seriam prontamente preenchidas com SIS-témicos!

E que tal... invadirmos hoje ordeira e silenciosamente o público do Prós e Contras com... bandeiras nacionais?
Passe palavra.
É em directo e o acesso é (ou era) livre.
Quem nos pode impedir de levar uma bandeira nacional? Pelo menos o pano...
É ou não o amor ao nosso país que nos move?

Local:
Teatro Armando Cortez
Estrada da Pontinha, 7
LISBOA (ou lá perto)
Tel : 217 154 057

Data/Hora: 16.04.2007 - aprox. 22h00


diz que é uma espécie de "prós e contras"

O país vive angustiado com "as questões mais importantes para o desenvolvimento do país", de que falava o P.R., atormentado por dúvidas sobre quem é afinal o homem que o governa. A ebulição da blogosfera é semelhante a um vulcão prestes a entrar em erupção. Perante tudo isto, a maneira mais criativa que Fátima Campos Ferreira encontrou para NÃO discutir o caso da licenciatura de Sócrates, foi... fazer um programa sobre o caso da Independente! É isto "o maior debate da televisão portuguesa"...

Pode então concluir-se que o "Prós e Contras" concorda com a mensagem do gabinete do PM para a SIC-Notícias, e já investigada pela E.R.C, de que a "licenciatura do PM" NÃO É ASSUNTO. Ou seja, o assunto de que toda a gente fala... não é assunto, não tem interesse nem oportunidade. Comparando a tibieza jornalistica deste programa com a coragem dos "Gato Fedorento" que na sua edição de ontem 15 de Abril, zurziram a bom zurzir nesta trapalhada toda do "Canudo Dou(to)rado", temos a melhor imagem possível do verdadeiro... JORNALISMO DE SARJETA!

Caros editores de informação da SIC e da TVI: definitivamente, o "Prós e Contras" precisa de concorrência directa. António Balbino Caldeira deve poder intervir no verdadeiro "grande debate " que neste momento devia estar a ocorrer na televisão portuguesa e não está. Os "donos do plateau", estudados pela investigadora Felisbela Lopes (U.M.), estão cada vez mais reduzidos a uma "brigada do reumático" que os portugueses se cansaram de contemplar embevecido. Há novas questões, novos actores e... uma nova censura. Se as outras televisões se associarem à "política de silêncio" da RTP, a enxurrada cívica desta "Páscoa da Cidadania" não será contida - apenas irá irromper por outro lado. Pelo lado onde menos a esperam...

L. Botelho Ribeiro

............................

Prós e contras - 16 DE ABRIL DE 2007

O QUE VALEM AS PRIVADAS?

O descrédito da Independente.
Quem fiscaliza o ensino superior privado em Portugal?
Como funcionam as universidades privadas?
Onde estão as inspecções?
O que valem os cursos?
As respostas às dúvidas levantadas pela convulsão na Independente são dadas no regresso do “Prós e Contras”.
O maior debate da televisão portuguesa, Segunda-feira à noite, na RTP.


sexta-feira, abril 13, 2007

porquê omitir o MBA do P.M. no portal do governo?

Tentámos perceber a razão de o perfil do PM manter a referência à pós-graduação em Eng. Sanitária (de curta duração) e omitir o MBA, um título supostamente mais prestigiante e até bem mais relevante para o desempenho da função de Chefe do Executivo.

Depois de tudo o que aconteceu, começámos por verificar a existência do MBA em causa. Verificámos a sua existência, apesar da falta de informação complementar no sítio do INDEG/ISCTE, e cruzámos este dado com a lista internacional de códigos de programas GMAT. Bate tudo certo. Na pág. 88 lá está o programa no ISCTE com o código CGL-5L-89 (inscrição em 89). No entanto (ooops!) no campo que qualquer outro MBA português preenche com o tipo de programa "MBA-Full time" (p.ex. Católica desde 78) ou "MBA-Part time" (p.ex. Universidade Nova desde 1997), o funcionário do ISCTE que preencheu o campo (talvez não tivesse feito Inglês Técnico com L. Arouca) baralhou-se e preencheu com "A/C comissão de mestrado". Não é grave - o Instituto Empresarial Portuense também baralhou as colunas...

O MBA, por conseguinte, existe, é reconhecido e deve estar "nos conformes", ou seja, segundo os padrões internacionais. Sendo assim, embora a informação online que encontrámos não fosse explícita, admitimos que, tal como é prática comum, também este MBA exija a realização de provas de ingresso, de reconhecida dificuldade - o GMAT e por vezes também TOEFL® ou TOEIC®. Não sabemos se é o caso do MBA do ISCTE mas é coisa fácil de verificar. Estes testes são geridos por uma única entidade a nível mundial - GMAC - a qual certifica os resultados obtidos e conserva a classificação. Os candidatos ficam então habilitados a concorrer a qualquer escola que os exijam como pré-requisitos, sendo que as classificações têm um prazo de validade. Acontece que em certos casos, mesmo nas melhores escolas internacionais admite-se dispensa, p.ex. quando o candidato comprova 15 anos de experiência de gestão.

Perante isto, alguém com renitência em submeter-se a provas de elevada exigência científica, talvez sentisse a tentação de tentar obter dispensa. Não foi certamente o caso de alguém que, bravo como Horácio, "não teme tempestades". Fica-nos pois esta curiosidade: o cidadão José Sócrates que, segundo Luís Reto, concluiu o seu MBA no ISCTE em 2004 ou 2005, (tendo entrado supostamente em 2003 ou 2004), terá também feito o seu teste GMAT? Se fez, (talvez em 2002 ou 2003) concerteza obteve nele uma classificação acima de 750 a qual, para se cumprir o desiderato do Sr. Ministro Prof. Mariano Gago, deve ser agora amplamente divulgada de modo a "encher de regozijo os portugueses". De regozijo e até de algum desculpável orgulho em mais esta prova da capacidade intelectual do Primeiro-Ministro que democraticamente escolheram. Quem com tanto gosto abriu aos portugueses os seus dossiês académicos na passada 4ª feira, pode já agora mostrar também a sua folha GMAT. Se, como afirma o responsável do ISCTE, foi o melhor aluno à saída do curso, é expectável que também tenha tido uma dos melhores notas de entrada. A menos que tenha entrado por outra porta graças aos anos (mais de 15?) de experiência empresarial na Sovenco, apesar de a "blosgosfera de sarjeta" assegurar que foi menos de um ano.



Notas finais:
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[1]
Há centenas de entidades a conferir MBAs no mundo e por isso não oferece qq dificuldade a pesquisa dos pré-requisitos exigidos. A título de exemplo picamos um excerto da apresentação do TRIUM:(NYU Stern, London School of Economics and Political Science, and HEC School of Management, Paris)

«[...] Admission requirements

The admissions process is rigorous and selective, but also highly attentive to who you are and what qualities you'll bring to the TRIUM cohort. As the program is designed specifically for leaders in the international arena, a candidate's record of professional achievement is the most critical factor in determining admission.


Candidates must have:
At least 10 years of business experience, 5 years of management experience, International experience, and Company sponsorship for time (although most students also receive financial sponsorship, it is not a requisite for admission).

Candidates with less than 15 years of business experience are required to take the General Management Aptitude Test (GMAT).

Candidates whose native language is not English will be required to take an English language competency test. For more information on the TOEFL® or TOEIC®, please contact the Educational Testing Service and for more information regarding the IELTS test please visit IELTS.»

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[2]
Mesmo em Portugal, há já escolas a preparar os candidatos especificamente para o GMAT. Entre outras veja-se este studium-institute:

«Aulas de Preparação para o GMAT

Bem Vindo(a)!
Se está a procurar informações sobre o GMAT é porque estará interessado em ingressar num MBA. Antes de mais, quero dar-lhe os meus parabéns pois é uma opção acertada!

No entanto, para ser aceite num programa de MBA, é necessário realizar o teste GMAT e obter a melhor classificação possível pois a concorrência é cada vez maior... e mais bem preparada!
O GMAT é um teste muito diferente dos que estamos habituados em Portugal e um pouco difícil. »

Nota 1: o Público de 16.04.2007 , Domingo, traz na pág. 17 um anúncio de 1/4 de página dum curso de preparação para o GMAT na E.G.E. (Universidade Católica, Associação Empresarial de Portugal, Universidade de Aveiro). É preciso mais para demonstrar a dificuldade e importância do GMAT? Daí questionarmos se também por esta prova passaram certos MBAs portugueses.

quinta-feira, abril 12, 2007

Reclamação ao provedor do telespectador (04-04-07) / resposta de Fernanda Mestrinho (12-02-07)

enviado por email em 04-04-07:

A imprensa tem também agora o dever de pugnar pela sua/nossa independência das pressões do governo. Por uma pública reclamação de contraditório por parte dum ministro do PSD e pela "sugestão" de Paes do Amaral a Marcelo Rebelo de Sousa, toda a imprensa protestou em coro.

As reiteradas, insistentes e agora denunciadas pressões do Governo, com o próprio P.M. à cabeça, sobre vários orgãos de comunicação social hão-de agora ficar impunes? Estranho é que a RTP não tenha precisado de ser pressionada... para não considerar este caso um "assunto" de interesse público. Será que também hoje, ao telejornal, a RTP continuará a não achar "assunto" as queixas de José Manuel Fernandes, Sarsfield Cabral e do director da SIC-Notícias sobre a tentativa de condicionamento da liberdade de imprensa pelo próprio Primeiro-Ministro? Veremos até onde chega a televisão da nossa vergonha!

Mais uma vez se verifica que a RTP, paga por todos nós para nos informar sobre o que nos interessa e não sobre o que o Governo determina que nos interessa, confunde o «interesse público» com as conveniências da sua tutela. Maior mancha nos 50 anos de televisão não podíamos hoje lamentar. Ou então... não se podia pedir melhor síntese de 50 anos ao serviço do Poder instituído.

Tal como no caso de Clinton x Monica, a partir de certo ponto o mais grave já não é o incidente em si mas a mentira ao Juíz, no caso americano, ou ao Povo, no caso português.

A tentativa de silenciar a rádio Renascença, a tentativa de determinar o que é assunto para a SIC, os telefonemas para o jornalista do Público, confirmado por José Manuel Fernandes, e tantos outros jornalistas, são em si mesmos gravíssimos atentados à Democracia portuguesa que os cidadãos não podem aceitar que passem em claro.

Sr. provedor,
Leia http://doportugalprofundo.blogspot.com, tenha vergonha e denuncie a censura na RTP ou demita-se!

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Fernanda Mestrinho [fernanda.mestrinho@rtp.pt] Enviada: qua 11-04-2007 11:07


Ex.mo Senhor
Botelho Ribeiro
Em nome do Provedor do Telespectador agradeço o email que enviou.
Foi lido com a devida atenção o conteúdo da sua mensagem.Informa-se que, perante outras reclamação, foi indagado o Director de Informação, que respondeu:
« A informação sobre o caso do diploma do Primeiro- Ministro foi recolhida e tratada pelos nossos jornalistas e não com base naquilo que alguns jornais escreveram».
Quanto às pressões sobre jornalistas, diga-se que o caso está a ser analisado pela Entidade reguladora».
Não deixará o Provedor, como já fez em relatórios e nos seus programas « A Voz do Cidadão», de insistir - no âmbito das suas competências- na objectividade e imparcialidade da Informação.
Renovando os nossos agradecimentos pela sua colaboração
Melhores cumprimentos
Chefe de Gabinete dos Provedores
Fernanda Mestrinho

HOC OPUS, HIC LABOR EST

repost de comentário no blogue "doportugalprofundo"
em resposta a outro comentário do VISIONARIO


Caro VISIONÁRIO | 12.04.07 - 12:00 pm | #

Pode estar enganado.

«6. Não sei se alguém se apercebeu que, quando José Alberto Carvalho lhe [...] lhe perguntasse: Quando é que os fez então?
Muito antes? No máximo teria feito em Junho. Mas isto já faz parte de uma das minhas percepções subjectivas.»


- no segundo semestre só havia o tal projecto/dissertação. O primeiro semestre concluía-se em Jan/Fev, no máximo em Março. Por isso, penso que faz todo o sentido a resposta de Sócrates. Os exames das disciplinas podiam estar "despachados" e lançados em Março, de facto "muito antes" como disse Sócrates, a cumprir-se o plano curricular normal para essa reduzida "turma de finalistas". Se o Prof. só lançou as notas em Agosto, o que não devia, de facto isso não é da mínima responsabilidade de Sócrates ou de qualquer outro aluno. Parece-me que qualquer conclusão séria sobre eventual favorecimento de Sócrates, numa universidade ávida de se impor no mercado e de apresentar uma brilhante "carteira de clientes", só pode ser estabelecida por comparação com o que foi feito aos outros colegas nas mesmas condições. Assim:
- o lançamento tardio das notas foi só para Sócrates ou para todos? Arrisco o alvitre de que às tantas foi para todos;
- a análise do processo de admissão incompleto foi só para Sócrates ou para todos ou vários dos outros? Se calhar foi para vários deles ou todos, como indirectamente aqui admitia ontem uma tal lurdes silva, e o próprio Sócrates justificou (e nessa parte parece-me que não esteve mal). Nada sei sobre isto. Mas pode ser verificado por quem puder consultar os registos da UnI.
- muitas das coisas que se apontam a Sócrates perdem força se realmente esse foi o procedimento seguido pela UnI com todos ou boa parte dos outros colegas; ficam portanto dependentes do depoimento destes 8(?) fantasmas ou da consulta dos processos na UnI (jornalistas? os próprios? A PGR podia fazê-lo mas até agora parece que não quer.)

- independente desta linha de dúvidas, mantém-se ainda e sempre a questão do projecto de fim de curso, actividade exclusiva do segundo semestre (de Março a Junho) da licenciatura, e desenvolvida (nos tempos livres?) em paralelo com as funções de Secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente do XIII Governo Constitucional (1995-10-30 até 1997-11-25)

HOC OPUS, HIC LABOR EST

quarta-feira, abril 11, 2007

Transferência e conclusão da licenciatura

Face à grande quantidade de ruído produzido à volta do caso "licenciatura de José Sócrates", tentarei elucidar algumas questões em face da legislação em vigor à data do caso em apreço (Portaria 612/93). Remetendo esta para os regulamentos e estatuto internos de cada instituição e não dispondo dos que em 1995/96 vigoravam na U. Independente, analisarei a questão em face dos que vigoravam à época na Universidade do Minho.

Dados do problema:

Curso / Instituição de origem:
CESE ENGENHARIA CIVIL - ramo de Transportes e Vias de Comunicação / ISEL
(antecedido de bacharelato em ENGENHARIA CIVIL no ISEC - Coimbra)

Curso / Instituição destino:
Licenciatura ENGENHARIA CIVIL - ramo de estruturas, transportes e urbanismo / Universidade Independente



1. A passagem do ISEL para a Universidade Independente enquadra-se no regime de "transferência", "mudança de curso", "reingresso" ou "concurso especial"?

Transferência corresponderia a passar para o mesmo ano do mesmo curso noutra instituição. Ora os dois cursos têm nome diferente mas indicativo de que o primeiro seria um ramo de engenharia civil; em princípio o CESE conferia diploma equivalente a licenciatura. Em princípio poderia considerar-se então transferência. No caso da Univ. do Minho, no ponto 7.2 do seu regulamento - cf. pág 301 em [2], os casos de alunos provenientes do Ensino politécnico seriam sempre considerados como provenientes de cursos diferentes, e enquadrados por isso na situação de "mudança de curso".

Admitindo que a UnI não tivesse imposto regra semelhante à da U.M., não se estava perante "mudança de curso".

"Reingresso" supunha o regresso ao mesmo estabelecimento e curso após interregno. Claramente não é este o caso.

"concurso especial" - esta é uma figura interessante que poderia ser aplicável ao caso, considerando o bacharelato em Coimbra, concluido em 1979. Na U.M. estava enquadrado num regulamento publicado pela portaria nº293/96 de 24 de Junho, certamente escorado na Lei (nº ?), e mais ou menos contemporâneo do caso em apreço. Os aspectos mais salientes deste regime seriam estes:
8.2 - Vagas de concurso para titulares de cursos médios e superiores (é o caso do bach.):
É fixada uma vaga para cada um dos cursos
10. Prazos (anexo I) Apresentação de candidaturas entre 27/07 e 14/08 (muito semelhantes aos praticados p.ex. na Fac. de Letras da Universidade do Porto, ao tempo); afixação dos editais de colocação até 25/09; Data limite de comunicação ao DESUP das vagas sobrantes 25/09

É fácil perceber que estes prazos não poderiam variar muito de estabelecimento para estabelecimento, por imposições do rígido calendário escolar (é suposto que os alunos depois frequentem as aulas). Mesmo os casos extremos em que se verificassem reclamações teriam que estar impreterívelmente decididos até 16/10 e as matrículas feitas até 23/10, possivelmente já em período de aulas.



2. Qual é a entidade a quem compete verificar a correcta instrução do processo de candidatura, deferir ou indeferir liminarmente, seriar os candidatos de acordo com os critérios definidos e, finalmente, decidir?

Na portaria [1], o art.24º (da Decisão) remete para o 15º, no qual, salvo disposição contrária em regulamentos internos, se diz na alinea a) que nas Universidades é o Reitor. Sendo assim, se no caso da UnI o processo foi decidido e despachado pelo Reitor, parece-nos que, em princípio, seria este o procedimento correcto.



3. Dúvidas relativas ao cumprimento de prazos levantadas pelo comentador "MãosLimpas" neste comentário


Não é claro o seu ponto quando escreve « a chave é mesmo esta... o homem pediu ilegalmente transferência do ISEL para a UnI... LOL Por isso estava desgostoso... mas o Arouca deu um jeitinho... A 96/95 deu cabo do esquema perfeito.... Mariano Gago tem que explicar esta situação imediatamente.»

Já acima se discutiu o tema dos prazos:" 10. Prazos (anexo I) Apresentação de candidaturas entre 27/07 e 14/08 (muito semelhantes aos praticados p.ex. na Fac. de Letras da Universidade do Porto, ao tempo); afixação dos editais de colocação até 25/09; Data limite de comunicação ao DESUP das vagas sobrantes 25/09"

Acresce que considerando que estes prazos visam em princípio a protecção do interesse do aluno, permitindo-lhe a plena frequência das aulas, não nos parece de todo absurdo que este possa transmitir à instituição, ao Reitor, a sua disposição de voluntariamente prescindir das garantias (logísticas, pedagógicas, etc.) que o normal cumprimento dos prazos em seu benefício estabelece. Na verdade, os alunos trabalhadores-estudantes, como era o caso, estão dispensados de todas as aulas teóricas e teorico-práticas, podendo apresentar-se a exame final sem a frequência de qualquer aula. O problema só surge se a aprovação inclui uma componente prática obrigatória, para a qual é necessária em regra a presença em 2/3 do total das aulas.

Sobre a data do certificado de habilitações do ISEL (de 8 de Julho de 1996) que supostamente consta actualmente do processo do aluno José Sócrates, podem pôr-se duas hipóteses (mais ou menos verosímeis mas efectivamente possíveis) que carecem de investigação, não podendo à partida concluir-se da sua falsidade ou veracidade: i) pode um primeiro certificado (anterior a Julho de 1996) ter sido entregue e ter-se extraviado, exigindo a UnI um segundo para completar o dossiê, perante a conclusão iminente da licenciatura; ii) pode o aluno José Sócrates ter-se inscrito na UnI com base apenas no bacharelato e perante a posterior dificuldade em concluir alguma(s) disciplina(s) a que eventualmente tivesse tido aproveitamento no ISEL, (por falta de tempo, motivação, capacidade ou por uma combinação das três razões) apresentado um pedido de equivalências suplementares às originalmente solicitadas.

Por consulta ao certificado do ISEL (tb. disponível o verso) não resta qq dúvida de que essas aprovações respeitam ao ano de 94/95, o que é compaginável com a inscrição de J.S. na Indepedente em Setembro de 1995.

Uma peça fundamental para esclarecer se houve ou não extravios de certificados era o boletim de matrícula na UnI (admitindo que eventuais falhas não possam ter sido supridas posteriormente como tantas vezes acontece). Referido por Ricardo Felner no seu primeiro artigo, o certo é que este não se encontra na lista de cópias JPG entretanto afixada no site.
«Já o Boletim de Matrícula na UnI revela que, nessa ocasião, o único documento junto ao processo foi uma fotocópia do BI.». Sem a possibilidade de verificarmos aquele boletim, é impossível estabelecer uma conclusão quanto a este ponto.



4. A questão das equivalências concedidas e plano de estudos fixado ao aluno José Sócrates

Embora nada explicite por escrito e de forma absolutamente exacta a prática a adoptar, a regulamentação existente indicia uma certa flexibilidade na análise das transferências para o último ano do curso, de forma a que o candidato fique unicamente dependente de si para realmente concluir o curso naquele ano. Se a equivalência fosse dada cegamente cadeira a cadeira, era possível que o aluno ficasse preso por cadeiras com precedências entre si que o retivessem no novo curso por mais de um ano, ainda que se esforçasse e obtivesse sempre aprovação. Por isso, como referi já em post anterior, a equivalência podia ser dada por grupos de disciplinas, garantido peso similar. Esta atitude mais aberta para os casos de transferência para o último ano fica patente, por exemplo, até na regime de abertura de vagas definido em [2] já citado:
8.3 Vagas - Ingresso no último ano do curso (pág. 302)
Os casos de reingresso, mudança de curso e transferência serão, para estes anos, analisados casuísticamente, podendo, caso o funcionamento do curso o permita, ser criadas vagas supranumerárias.



5. Monografia / relatório final da disciplina semestral de "projecto / dissertação"


Conforme já escrevi em post anterior, o aspecto determinante dos esclarecimentos do cidadão José Sócrates no desmentido de alegadas facilidades concedidas à sua licenciatura deverá centrar-se na cadeira de projecto, que ocupa em exclusivo o plano curricular para o último semestre do curso (correspondente a 20 horas efectivas e certamente a um número de créditos bastante significativo, para a ponderação da nota final). Sendo um trabalho tão importante, é também dos poucos que, anos depois, continua vivo na memória e em condições de, evocado de surpresa*, poder ser oralmente apresentado, pelo menos nas suas linhas gerais. Esta importância especial, está aliás na base do especial cuidado com que estes trabalhos são avaliados. Face a rumores recorrentes de que há empresas ou consultores especializados a "fazer" estes trabalhos em vez de alunos menos capazes, um dos aspectos mais importantes da prova oral consiste em verificar com razoável rsegurança que a) foi o aluno (ou alunos, se o projecto for em grupo) que realmente fez o trabalho e b) foi o próprio aluno quem elaborou o relatório. Esta análise é especialmente crítica quando, como parece ser o caso, o trabalho não foi realizado pelo aluno nas instalações da Universidade, impossibilitando o desejável acompanhamento efectivo pelo supervisor ao longo do tempo.

Um aspecto digno de nota é que existe uma outra figura, não discutida no ponto 1., que talvez pudesse ser evocada pelo candidato à Uni, não fora a existência desta disciplina de projecto: trata-se da "equivalência de grau". Embora nenhum grau detido pelo candidato ao tempo equivalesse a uma licenciatura, podia acontecer que o conjunto das disciplinas com aproveitamento no CESE do ISEL e no bacharelato em Coimbra fosse suficiente. Como disse o Sr. Ministro com a pasta do Ensino Superior na conferência de imprensa, indo para o seu cesto(sic) ano no ensino superior, talvez até o cidadão José Sócrates pudesse ser dispensado de fazer qualquer nova disciplina. Mas não do projecto, parece-nos a nós e, possivelmente, à Ordem dos Engenheiros.

Impõe-se-nos, pois, a incontornável realidade da "cadeira" de "projecto e dissertação". Embora sujeita ao mesmo regime de obrigatoriedade de conservação por cinco anos, como todas as outras peças de avaliação, é normal que se guardem cópias dum trabalho tão importante que normalmente coroa a caminhada para a licenciatura na biblioteca das instituições, no arquivo do orientador, da Direcção de Curso e, naturalmente, do próprio aluno . Tais relatórios ou monografias, que pomposamente a UnI designa por dissertações (fora do contexto de um mestrado), são normalmente objecto de análise pelas comissões de acreditação dos cursos de engenharia, no sentido de verificarem o rigor e qualidade do trabalho aí produzido. Tendo em conta que esta cadeira de projecto era na UnI de apenas um semestre e não dois, ao contrário de outras licenciaturas (normalmente mais antigas), mesmo assim a monografia é um documento que se guarda na estante de honra - para não desaparecer.

Luís Botelho Ribeiro**


notas:
* infelizmente já não será bem este o caso, um mês após o rebentamento deste escândalo
** antigo sub-director e director do curso de licenciatura em Engenharia Electrónica Industrial da Universidade do Minho no período de 1997 a 1999, com cerca de 54 processos individuais de equivalência envolvendo um total de c. de 650 equivalências entre disciplinas


referências:
[1] Portaria 612/93 de 29 de Junho
[2] Guia dos cursos de licenciatura e bacharelato 95/96, Universidade do Minho, ISSN 0872-3567, Depósito Legal nº 91232/95

Caso UnI 11.04.07 - http://doportugalprofundo.blogspot.com

Repost de comentário

E falta ainda a monografia/relatório do projecto final do curso de engenharia. Esta não é uma disciplina como as outras que se faça por oral, sem um relatório ao menos. Suponho que bastará uma pesquisa na biblioteca da UnI ou um pedido aos orientadores de projecto para encontrar as monografias de outros engenheiros ali licenciados.

Porque razão não foi ainda mencionada ou mostrada esta peça essencial de qualquer licenciatura em engenharia? Diz-se até que há empresas que vendem estes trabalhos a quem quiser comprar, mas isso é outra história. Seja como for, a monografia de projecto teria de andar por aí algures, se não foi também para o "Maneta". Pelo menos o orientador (Prof. António José Morais) deveria guardar uma cópia... durante 5 anos, para recordação de um aluno tão distinto, que chegou tão longe.

segunda-feira, abril 09, 2007

automóvel destruído: apelo a informações






























Factos:
1) Na madrugada de 3 de Abril, um ou vários desconhecidos furtaram e destruíram o meu automóvel, deixando-o no estado que as fotos acima documentam.

2) A rua onde resido é bem iluminada.

3) O carro foi encontrado na manhã seguinte com as janelas abertas (fechadas nessa altura pelo dono do reboque, supostamente por estar a chover). As noites estavam bastante frias - não havia razão aparente para que o(s) ocupante(s) pudesse(m) ter aberto os vidros.

4) Não há sinais de esforço no cinto de segurança nem de qualquer ferimento sobre eventuais ocupante(s) do veículo, no momento do choque: no volante, no tablier do lado do passageiro ou mesmo no vidro da frente que não sofreu qualquer dano.

5) As autoridades policiais (GNR) que tomaram conta da ocorrência e efectuaram um conjunto de perícias no veículo, disseram ser muito difícil a identificação do(s) autor(es) dadas as circunstâncias

6) Adquiri este automóvel em 1992. Desde então e até ao passado dia 3 nunca este fora alvo de qualquer tentativa de assalto, embora ficasse frequentemente estacionado na rua ou no acesso à garagem, tal como na noite em que foi furtado (de 2 para 3 de Abril).

7) «.. Para este plano de equivalências e consequente plano de estudos na Universidade Independente, são aqui assumidas as seguintes opções (ver também a opinião do Prof. Doutor Luís Botelho Ribeiro) »

http://www.haloscan.com/comments/capuchos/117559149651542572/#232431


Questões por esclarecer:
1) Quem furtou o carro e com que propósito?
2) Com que objectivo o despedaçou contra um muro a cerca de 1000m do local do roubo?
3) Estaria o carro desocupado na altura do embate?
4) As janelas abertas serão indicativas duma precaução de segurança?
5) Poderá o lançamento do carro para o embate ser despoletado por alguém a salvo, do lado de fora, através da(s) janela(s) aberta(s)?
6) Haveria interesse especial no furto de um veículo deste modelo (Honda Civic LSI) já com 15 anos e várias mazelas na chapa, atendendo também ao risco da boa iluminação do local do furto?
7) Eventuais conexões deste incidente com o sistema «Quem se mete com o PS, leva»

Apelo:
Se alguém presenciou qualquer dos momentos entre o furto e o embate do veículo acima na noite de 2 para 3 de Abril, ou possui qualquer informação pertinente para o esclarecimento deste incidente o qual, como se imagina, nos causou bastantes prejuízos e não menor apreensão, agradece-se que entre em contacto com o proprietário: luisbotelhoribeiro@gmail.com

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mensagens sicilianas... visitas não esperadas...

quarta-feira, abril 04, 2007

and the winner is... António Costa!

Num comentário de António a este post lia-se:

>>Sócrates avisou que falaria para tranquilizar as hostes socialistas e atenuar as críticas do povo.
>>Na próxima quarta-feira, dia 10 de Abril de 2007 vai a uma espécie de Perdoa-me na RTP.

Temos então TABU até quarta-feira quanto ao sucessor? Está aberta a época de apostas - e a minha vai totalmente para o Dr. António Costa. Não, não é resultado de análise própria. É apenas o resultado natural de uma conversa de fim de tarde com colegas mais ou menos (neste momento menos) simpatizantes do PS...
Como milhares de outros por esse país fora, já discutem abertamente a questão que "fatalmente" se vai colocar. O tom é mais ou menos este: "se Sócrates já caiu, todo o tempo que se deixar passar para a sua substituição é tempo perdido de afirmação do novo líder".

O que verdadeiramente os preocupa já é outra coisa - é antever se haverá condições para uma transição à Blair (a meio do mandato) com Santana Lopes "por aí" a bradar que os argumentos do PS em 2005, a favor de eleições antecipadas quando ele sucedeu a Barroso (levando à demissão de Ferro Rodrigues e à ascensão de Sócrates em Guimarães) obrigarão à convocação de eleições legislativas. Pela lógica do PS de 2005, António Costa, supostamente o novo líder, não teria legitimidade própria para liderar o executivo...
Mas há ainda lugar à esperança, notando eles que 1) Costa já faz parte do governo desde início, constava da equipa "sufragada", ao contrário de Santana que "aterrou" em S.Bento vindo duma Câmara Municipal; 2) Cavaco não estará nada interessado em atender reivindicações creditáveis a Santana e 3) Cavaco se calhar até pode reciclar o discurso de Jorge Sampaio, empossando um governo Costa ("mas agora ainda mais vigilante e sempre mais exigente quanto a resultados") do programa de reformas e dos sacrifícios pedidos aos portugueses.

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A ocasião para os esclarecimentos no "dia 11" na RTP, não há-de ser "para dar tempo a que o assunto esfrie" ou para que se conheça a decisão de Mariano Gago (e de Sócrates, se a este ainda restar alguma autoridade - o que é tudo menos líquido) relativamente à Un.Independente. Esta decisão, se calhar, ainda será adiada de dia 5 para dia 9 ou 10 mesmo sabendo que qualquer pessoa se interroga: afinal havia tanta pressa em resolver a situação e agora pode-se prorrogar o prazo em mais 4 ou 5 dias?

Se o cabal esclarecimento de todas as dúvidas(?) ainda estivesse nos horizonte de um P.M. em defesa da sua Honra, conviria ao "injustiçado/caluniado/enlameado/boatado/..." que a instituição apresentasse todas as respostas e respectiva documentação de suporte (consistente com tudo o que nos últimos tempos se foi conhecendo e divulgando), e que o fizesse num quadro de normalidade, não numa situação de "liquidação" em curso.

Parece, isso sim, que o P.M. quererá falar aos portugueses já de posse da decisão presidencial (prevista para dia 11) quanto à proposta de "lei do aborto", o único tr(i)unfo a que se poderia ainda agarrar para reunir as tropas dispersas, caso o presidente vetasse sem mais!

Naturalmente, Cavaco com a sua experiência e carácter, não se prestará a ser nem o carrasco nem o bom-samaritano que Sócrates já não merece. E será assim que, a bem das leis da cidade (do PS), este não terá outro remédio senão... tomar a cicuta.

Enfim, rei morto rei posto.

E entre muitas outras qualidades políticas que se lhe reconhecem, o novo Rei do Rato tem até essa velha virtude* que a "trapalhada Sócrates", com tanto que teve de mau, teve também o involuntário mérito de recuperar para a política portuguesa: um CV académico inquestionável!

Licenciado em Ciências Jurídico-Políticas, pela Faculdade de Direito, Universidade Clássica de Lisboa.

Pós-graduação em Estudos Europeus pela Universidade Católica de Lisboa.


Durante muito tempo, mais nenhum partido da área do poder escolherá um líder sem primeiro se certificar cuidadosamente da exactidão e consistência do Curriculvm Vitae. Pena que isso só não baste para a regeneração política de que o país real merece e precisa.

Eu disse "que o país real merece e precisa"?
Corrijo.
O país real precisa.
Quanto a merecer, neste momento o mérito vai inteirinho para... o Portugal profundo!

terça-feira, abril 03, 2007

Caso UnI 03.04.07 - http://doportugalprofundo.blogspot.com

Repost de comentário

Sim, chegou-se ao "patamar" da entrada no conflito dos "profissionais da luta" política - dos deputados. Mas onde está o protesto do PCP e o BE contra a nova censura? Ou, para esses senhores deputados, este é um caso de "boa" censura?

A imprensa tem também agora o dever de pugnar pela sua/nossa independência das pressões do governo. Por uma pública reclamação de contraditório por parte dum ministro do PSD e pela "sugestão" de Paes do Amaral a Marcelo Rebelo de Sousa, toda a imprensa protestou em coro.

As reiteradas, insistentes e agora denunciadas pressões do Governo, com o próprio P.M. à cabeça, sobre vários orgãos de comunicação social hão-de agora ficar impunes? Estranho é que a RTP não tenha precisado de ser pressionada... para não considerar este caso um "assunto" de interesse público. Será que também hoje, ao telejornal, a RTP continuará a não achar "assunto" as queixas de José Manuel Fernandes, Sarsfield Cabral e do próprio director da SIC-Notícias sobre a tentativa de condicionamento da liberdade de imprensa pelo próprio Primeiro-Ministro? Veremos até onde chega a televisão da nossa vergonha!

Mais uma vez se verifica que a RTP, paga por todos nós para nos informar sobre o que nos interessa e não sobre o que o Governo determina que nos interessa, confunde o «interesse público» com as conveniências da sua tutela. Maior mancha nos 50 anos de televisão não podiamos hoje lamentar. Ou então... não se podia pedir melhor síntese de 50 anos ao serviço do Poder instituído.

Tal como no caso de Clinton x Monica, a partir de certo ponto o mais grave já não é o incidente em si mas a mentira ao Juíz, no caso americano, ou ao Povo, no caso português.

A tentativa de silenciar a rádio Renascença, a tentativa de determinar o que é assunto para a SIC, os telefonemas para o jornalista do Público, confirmado por José Manuel Fernandes, e tantos outros jornalistas, são em si mesmos gravíssimos atentados à Democracia portuguesa que os cidadãos não podem aceitar que passem em claro. Estes factos confirmados e testemunhados na primeira pessoa, são razões suficientes não já para exigir que o Primeiro-Ministro esclareça se concluiu a licenciatura de forma regular, mas sim para que dê públicas explicações sobre estas absolutamente inaceitáveis pressões sobre a comunicação social que se espera que não prenunciem uma perseguição da mesma ou mais sinistra natureza contra os cidadãos, identificados ou não, que na blogosfera com todo o direito levantaram este assunto até ao ponto em que a comunicação social não mais o pôde ignorar.

Disse!

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Respigo parte do post de José Sarney | 03.04.07 - 6:53 pm | #

Rádio Renascença, Francisco Sarsfield Cabral, dizendo que «lhe ligaram várias vezes e para a redacção a protestar por causa de uma notícia, pressão que terminou com uma ameaça de protesto em tribunal». Acrescentou que o director da SIC-Notícias relatou ao Expresso que o próprio primeiro-ministro, José Sócrates, lhe ligou «furibundo» e que recebeu do Governo telefonemas considerando que a licenciatura de Sócrates «não era assunto».