sexta-feira, setembro 26, 2008

«Inverno Demográfico» é já amanhã...

... ou porventura até já começou e faz-se sentir na Euribor que dispara, nas prestações dos créditos à habitação, no aumento da idade de reforma, na perda de valor das casas, etc, etc. Mas, na realidade, é já amanhã sábado o Seminário organizado pela APFN sob o título:
"Inverno demográfico: o problema. Que respostas?", a ter lugar no auditório do edifício novo da Assembleia da República, em Lisboa, a partir das 10h00. Será aí a estreia em Portugal do documentário "Inverno demográfico: o declínio da família humana", em que especialistas mundiais debatem esta questão em diversas vertentes, tratando das causas e consequências.


E neste quadro, faz todo o sentido republicar aqui esta reflexão escrita há cerca de um ano:
pelo Dr. Luis Seabra Galante

Já estamos no Outono, tempo da queda das folhas, as árvores ficam despidas e o tempo frio, chuvoso e ventoso aproxima-se. Em alguns locais do Norte da Europa já chegou mesmo. Mais um pouco e chegará a neve. É o Inverno na Europa, uma das quatro estações do ano que novamente vem aí. Mas há um outro Inverno, mais profundo e preocupante, que não apenas por três meses, mas que há vários anos perdura sobre a Europa e não dá mostras de querer passar nas próximas décadas.É o Inverno demográfico, provocado pelo aborto, pela diminuição dos matrimónios e agravado pelo aumento exponencial dos divórcios. Quem o diz, fundamentado em estudos (estatísticos) sérios, elaborados por uma equipa multidisciplinar de especialistas e não na mera demagogia política dos oportunistas e charlatães da nossa praça, é o
Relatório sobre a evolução da família na Europa 2007. Para chegar às conclusões que apresentou na semana passada em Barcelona, a Rede Europeia do Instituto de Política Familiar, analisou os indicadores mais relevantes relacionados com a família, com base em dados fornecidos por diferentes organismos internacionais.

O Relatório fala expressamente do "Inverno demográfico" em que a Europa se atolou. Nos Países do Leste, nota-se uma acentuada diminuição da população, em termos absolutos, devido ao fenómeno migratório que atrai as pessoas para o Ocidente. Por via desta imigração, a Europa Ocidental regista um alto índice de crescimento, porém, tal crescimento é enganador, pois a Europa no seu conjunto conhecerá uma queda absoluta da população a partir de 2025. No entanto, o Relatório mostra que a Europa é já um continente envelhecido, onde as pessoas com mais de 65 anos são em maior número do que os menores de 14 anos. Em linguagem simples e
popular, podemos dizer que "há mais velhos do que crianças". É necessário construir mais Centros de Dia e Lares para a Terceira Idade e menos Infantários e Berçários! O Relatório, não se limita a constatar os factos, mas apresenta as causas e uma das causas, a principal causa, que determina a queda da natalidade é a pratica do "abominável crime do aborto".

O estudo calcula que na Europa anualmente se impedem de nascer um milhão e duzentas
mil crianças. Por outro lado, nos últimos vinte anos verificou-se uma redução do número de casamentos em cerca de 22% e mesmo aqueles que se casam, acabam por fazê-lo cada vez mais tarde, por volta dos vinte e nove anos. Paralelamente aumentam o número dos divórcios e ainda o número cada vez maior de crianças que nascem fora do casamento, sendo quase dois milhões, as crianças que anualmente nascem nessas circunstâncias.Com tudo isto, "os problemas da família na Europa agravaram-se nos últimos anos" o que parece estar a fazer despertar uma "certa sensibilidade europeia" por parte do Conselho Económico e Social da União Europeia que propõe a centralidade da família nas politicas sociais.

Eis um tema que mereceu alguma atenção por parte da anterior presidência alemã da União Europeia e que não tem recebido qualquer consideração da parte da presidência portuguesa, entretida com a promoção de grandes cimeiras mercantis e com o chamariz de políticos mundiais mais ao menos mediáticos, e que no final, na prática, vão resultar "numa mão cheia de nada".

quarta-feira, setembro 10, 2008

nojo

Será o mesmo Dr. Paulo Pedroso aquele que, depois de há dias anunciar para breve o seu regresso ao Parlamento, hoje teve à sua disposição os microfones da TSF para...
  • intervir sobre questão de alta política como seja a reconstituição do bloco central PS-PSD,
  • eloquentemente documentado com o insuspeito e exemplar caso da Alemanha,
  • com grande eco nos principais noticiários televisivos,
  • com direito a um (brevíssimo, é certo) comentário do vice-Presidente do PSD...
...e aquele Dr. Paulo Pedroso que interpôs e recentemente venceu uma acção por "erro grosseiro" contra o Estado, com direito a indemnização de cem mil euros de acordo com a Douta Punição da Meretíssima Juíza Maria Amélia Puna Lopo, alegando nomeadamente que a "prisão preventiva" a que foi sujeito lhe arruinou as possibilidades de carreira política?

...e aquele Dr. Paulo Pedroso que do Estado reclamava* a indemnização de € 598.494,00?


Se é realmente o mesmo Dr. Paulo Pedroso, de que factos adicionais mais precisará o Ministério Público para fundamentar o seu recurso da decisão a confirmar-se a intenção anunciada há uma semana?

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Falta justificar o título deste post. É claro que se refere ao fim do "período de nojo" que o Digníssimo Deputado da Nação Dr. Paulo Pedroso a si mesmo impôs, dando o Mais Eloquente Sinal de Respeito pela Justiça e de Absoluta Determinação para Não Perturbar o Funcionamento da Justiça. A que outra coisa se havia de referir?

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* cf. a acção nº 5714/04 , a que respeita o PºAº nº 1489/04, proposta por Paulo José Fernandes Pedroso pedindo a condenação do Estado em quantia que ronda os seiscentos mil euros (€ 598.494,00) em http://www.pgdlisboa.pt/pgdl/docpgd/files/doc_0083_010.pdf

cf ainda:
http://www.pgr.pt/portugues/grupo_soltas/pub/csmp/72/bcsmp.htm
http://pt.wordpress.com/tag/paulo-pedroso/
http://videos.sapo.pt/aWCBzS2SIhahWzoftzgZ
http://videos.sapo.pt/Kuc3lHZag0kzr7JMMwM7

segunda-feira, setembro 08, 2008

Sócrates: nova gaffe?

José Sócrates, secretário-geral do PS, acaba de dizer qualquer coisa como isto: com estas eleições, Angola entra no grupo dos países democráticos, ou seja, os países que resolvem os seus problemas com eleições.

Era a prova que faltava a quantos sustentam que em Portugal não existe ainda uma verdadeira e plena democracia. De facto a República Portuguesa não corresponde à definição de José Sócrates atendendo a que... foi precisamente com eleições que o escolheu para o lugar de Primeiro-Ministro com maioria absoluta...

... e, com isto, em vez de resolver os seus principais problemas - como constata qualquer cidadão comum - criou ainda um problema adicional: como retirá-lo* agora do lugar?


* especialmente com a oposição que actualmente lhe é feita! Ah, Portugal, Portugal...

a star is born

Na campanha presidencial americana Sarah Palin apareceu em cena e McCain passou de 8 pontos percentuais de desvantagem face a Barack Obama para uns surpreendentes... 4 pontos de avanço. E como "candeia que vai à frente alumia duas vezes"... na obscuridade fica Hilary Clinton. Depois de se apresentar durante meses como "a mulher" da alta política americana (como se Condoleeza Rice não existisse), de repente vê-se (de novo) ultrapassada por uma mulher. ..

«afinal havia outra»

E basta comparar o discurso de (mau-perder?) de Hillary diante de Obama vencedor da nomeação democrata com a defesa do bebé da filha por Sarah para se perceber um pouco da abissal diferença de postura na política e na vida entre estas duas mulheres. Hillary perdoou os "devaneios" do marido com Mónica Lewinsky. Sarah, seguindo as suas convicções morais, levou até ao fim uma gravidez, apesar de diagnosticado o síndrome de Down ao bebé.

Certo é que, por estas ou outras razões, (pelo menos nos Estados Unidos) a defesa corajosa e consistente da Vida é apreciada e consegue o merecido prémio dos cidadãos eleitores.

À atenção dos políticos portugueses! À atenção das (poucas) mulheres pró-Vida em lugares de topo na política portuguesa, como... a Drª Manuela Ferreira Leite.

domingo, setembro 07, 2008

Erro grosseiro???

A Justiça merece dos cidadãos o máximo respeito. "Levante-se o réu" - impunha o Meretíssimo à personagem criada por João César Monteiro numa cena memorável...

Mas o trabalho da Justiça de há cinco anos é hoje classificado de "erro grosseiro" pela Justiça-ainda-mais-justa de hoje.

Por que não admitir então a possibilidade de que, qualquer dia, uma Justiça-posteriormente-superior venha apodar de "erro grosseiro", justamente, a decisão da S.rª Juíza Maria Amélia Puna Lopo... de classificar de "erro grosseiro" o trabalho do Meretíssimo Juíz Rui Teixeira?

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Talvez fosse tempo de a Justiça portuguesa, mais do que apenas reclamar respeito, dar-se mais ao respeito.