Num país normal, as seguintes permissas levariam certamente à assumpção de responsabilidades por quem de direito:
- No último ano e meio, segundo o maquinista* da composição que se despenhou recentemente na linha do Tua causando mais uma vítima mortal, a taxa de acidentes naquela linha aumentou abruptamente, tendo já causado 4 mortes;
- O presidente da REFER é o responsável último pela segurança daquela Linha;
- A REFER anunciou investimentos no reforço da segurança da linha, embora as suspeitas de sabotagem deixadas no ar pelos populares locais e pelos próprios profissionais, tenham ficado sem resposta;
- Uma "comissão de peritos" constituida por... crianças das localidades mais próximas servidas por aquela linha, ontem mesmo em "vistoria" à ferrovia conseguiram uma colheita (manual e sem recurso a qualquer ferramenta) de várias dezenas de cavilhas de fixação dos carris, provando-se a falta de segurança já invocada;
- Há projectos anunciados de construção de uma barragem, alegadamente incompatível com a conservação da Linha do Tua, pelo menos no seu actual traçado;
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Em jeito de conclusão, aqui ficam algumas questões:
1. Quantas mais mortes terão de acontecer para que o presidente da REFER assuma as suas responsabilidades?
2. Se esta sucessão de acidentes ocorresse na linhas de Sintra ou de Cascais, teria o mesmo seguimento da comunicação social, da "inteligência" nacional e... do poder político?
3. Até quando, Portugal, continuarás a permitir que abusem da tua paciência?
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* merece a nossa homenagem o profissionalismo deste Heroi do Douro que, independentemente das condições de (in)segurança que lhe são proporcionadas, continua a pegar nos seus comboios, rio acima, rio abaixo. Uma lição para os Meretíssimos Juízes do trobunal de S. Maria da Feira que ao menor sinal de perigo se recusaram a "pegar ao trabalho"!
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