[ reposição de um texto actualizadíssimo de Nuno Serras Pereira, 29. 09. 2004 ]
De há umas décadas a esta parte temos vivido em Portugal numa espécie de torpor, de indiferença negligente, de desleixo criminoso. Andamos tão distraídos, tão ocupados em outras coisas que, possivelmente, não reparámos que não se trata somente de uma cumplicidade passiva por pecado de omissão, mas também de uma participação activa por pecado de comissão ou acção. De facto, a prepotência totalitária do Estado determinou violentar e forçar todos os portugueses a contribuírem com o seu trabalho ou com os seus bens, através do pagamento de impostos, para a matança das crianças não nascidas. A larga comparticipação do Estado nas substâncias e artefactos abortivos - a pílula (não, não é gralha, basta ler atentamente as bulas que acompanham o fármaco para o saber), a dita contracepção de emergência, o DIU, etc. -, e a realização de abortos cirúrgicos através dos seus serviços de saúde bem como a sua implicação na morte de embriões humanos provocada pelas técnicas de fecundação extra-corpórea significa que o dinheiro de todos nós está sendo usado para exterminar bebés não nascidos.
Que se poderá, no entanto, fazer uma vez que a lei coage ao pagamento de impostos? O que não só se pode, mas se deve fazer é resistir, recusar-se terminantemente a pagar a percentagem correspondente, ao que é gasto pelo Estado nesse morticínio, aquando da cobrança dos impostos; e canalizar esse dinheiro para movimentos, associações, instituições que defendam e promovam a vida - como ensina a Sagrada Escritura: “importa mais obedecer a Deus que aos homens” (Act. 5, 29). O que pode ser traduzido, para quem não crê, por importa mais obedecer à consciência (verdadeira, isto é, rectamente formada) que aos homens.
Uma vez que o nosso objectivo não deverá consistir somente em deixar de contribuir para a chacina dos inocentes, mas também o de nos opormos activamente a essas políticas de morte macabra e de estimular uma cultura da vida e o serviço à mesma, importa que esta iniciativa não seja entregue à solidão confusa e temerosa de cada um, mas seja organizada a nível nacional.. Faço, por isso, um apelo a todas as organizações pró-vida e afins que elaborem os cálculos necessários e as estratégias adequadas para, o mais cedo possível, suscitar uma mobilização geral que leve a cabo este imperativo de consciência.
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