O caso recente do bebé que “ressuscitou” (vd. Blogue portugalprovida) ou o caso de morte cerebral que recuperou para uma vida normal impõem-nos uma revisão dos critérios médico-legais da Vida. Talvez a questão utilitarista (e por vezes monetarista) do transplante de órgãos deva ceder lugar ao primado do Direito à Vida do doador... antes de o ser. É que em tudo isto exerce uma obscura mas poderosa pressão o factor económico. Levantou-se essa questão aquando do assassinato da religiosa que em Moçambique mais activamente denunciava os “caçadores de órgãos” a soldo de grandes clínicas europeias e americanas... O que mudou?
a “Velada pela Vida” de 25 de Junho pelas 21h30 frente ao Hospital de N.S. Da Oliveira em Guimarães. Afinal parece que nem todos se esqueceram de que o aborto faz vítimas – os bebés e as mães, e a sociedade e o Estado têm de encontrar outras respostas – que não o aborto - para as dificuldades reais sentidas pelas mães, pelas famílias.
Crise dos combustíveis: estamos a entrar no "cada um por si"... camionistas, pescadores o que reivindicam é isenções e atenções... para si. Cada um tenta desenrascar-se como pode, salvar-se a si e deixar o “regime geral” pagar a crise. Antes pintavam-se os muros a exigir aos ricos que pagassem a crise... Agora, sem sujar os muros (e nesse sentido vamos melhor), exige-se isso mesmo ao contribuinte... Então e os professores, escolas de condução, advogados, vendedores ambulantes, pequenos distribuidores, comerciantes, tantos e tantos profissionais que também dependem dos transportes para trabalhar? Também vão ter ISP reduzido? Ou há moralidade ou "comem" todos... Também pode acontecer que estes (seguramente a imensa maioria) optem por acatar serenamente o que o governo decida agora e... prefiram manifestar-se mais tarde no momento das eleições! Vamos mal quando, em vez de enfrentarmos juntos as dificuldades entramos no “cada um por si” - e já começámos há algum tempo: O “cada um por si” de algumas mães que abortam os filhos como quem bebe um copo de água (algumas já vão no terceiro e quarto aborto legal – e a lei ainda mal fez um ano...; o “cada um por si” dos políticos que reclamam para si privilégios e reformas escandalosas; o “cada um por si” das grandes superfícies que à volta secam o comércio tradicional; o “cada um por si” dos sindicatos dos que têm emprego e esquecem que certas exigências que fazem são pão para os seus e fome para os outros (para os desempregados) – para quando os sindicatos de desempregados? Já há o FERVE para os “recibos verdes”. Pode ser um começo, quando este se sentar à mesa da concertação social...
Os Irlandeses estão neste mesmo dia a referendar o Tratado de Lisboa. A sociedade está dividida sobre o tema. Registamos o quase silêncio da imprensa portuguesa sobre o assunto até hoje e perguntamo-nos se tal será inocente. É bom ver que em pelo menos um país os políticos não se atreveram a passar por cima dos cidadãos, prescindindo de os atender como aconteceu em Portugal. Interessante será acompanhar o que sucederá se o povo irlandês vier, escandalosamente, a contrariar a expectativa e a pressão de Bruxelas. Se o princípio democrático vale de facto alguma coisa, também seria interessante analisar a que ponto a comissão europeia se manteve perfeitamente neutra e isenta neste processo. Instâncias que volta e meio multam os governos se calhar também mereciam às vezes que lhes aplicassem multas. Depois de um longo processo de formação de opinião, parece que os irlandeses inicialmente inclinados para aprovar o tratado (como aqui já referimos) agora pendem para o NÃO. Se tal se confirmar (e amanhã o saberemos) essa será a melhor lição que os cidadãos algumas vez deram ao directório de Bruxelas, que mesmo depois do não da França e Holanda à primeira forma do tratado (constituição europeia), insistem em pôr as coisas segundo os seus termos e não segundo os termos dos cidadãos. Uma honra para Portugal onde vive o herdeiro da dinastia real irlandesa – os O'Neill que à cultura portuguesa deram já um grande poeta, Alexandre O'Neill, e ironicamente o famoso poema do “Cherne”, a cuja sombra se cunhou a alcunha do actual senhor Europa. Senhores da Europa, façam o favor de seguir o verdadeiro Cherne, o Cherne de O'Neill e recordem os Princípios - Participação, Subsidiariedade, Verdade e, já agora, Humildade.
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