Alandroal, Cabeceiras de Basto, Famalicão e até Teixoso na festa da vitória lisboeta de António Costa
É o "país com os olhos postos na sua amada kapital"? Ou apenas mais uma demonstração do realismo pragmático do país-político que conhece muito bem a sua (falta de) base social de apoio e não arrisca?...
Não arrisca expor-se ao triste espectáculo de um Presidente em exercício do Conselho Europeu (sabiamente escolhido em atenção ao seu compromisso "político" com o "exercício" matinal de jogging!) a falar de cima de um camião para uma rua quase deserta. Como se fosse menos ridículo encher a rua com figurantes não-remunerados, desviados do passeiozito costumeiro a Fátima ou a Mafra...
Enfim, nem tudo serão más notícias. E da mesma maneira como os agressivos comerciais dos "time-sharings" rematavam os seus buffets promocionais com a sessão da "maçada", parece que finalmente se abandonou o conceito da sazonalidade das "excursões de idosos". Sempre em vésperas de eleições, não fosse - no momento de votar - a memória cansada olvidar o partido benemérito da passeata, os nossos idosos já quase se tinham resignado a passar três anos sem sair do cantinho.
O novo conceito já há-de estar a fazer furor nos lares e asilos de norte a sul do país, sendo que a única condição exigida parece ser a capacidade física para, após a passeata de dia, segurar e agitar à noite uma bandeira do partido - nada de transcendente para quem, pouco antes, agitava freneticamente um lenço branco durante horas! E se algum indesejável acidente acontecer à noite, qual o médico - ainda que um veterano experimentado em mil gloriosas campanhas de serviço público nas juntas da Caixa geral de Aposentações - que será capaz de atribuir o enfarte ao entusiasmo pelo candidato vitoriado? Se nem sequer o conhecia...
Mais depressa atribuirá a comoção... à singela imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima!
E porque no admirável mundo da inovação e do conhecimento os novos conceitos têm autor e recebem um nome, este conceito revolucionário ficará para sempre conhecido como a "política da maçada"... do "político de Maçada"!
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Breve nota sobre a foto:
Éramos para procurar na net uma foto da manif "espontânea" de regozijo à porta do Hotel Altis com a vitória do PS em Lisboa. Mas não! Melhor será glosar este importante momento da vida Lisboeta com uma foto ao jeito "Portugal no seu melhor" com que tantos alfacinhas gostam de percorrer o "Portugal Profundo" à cata de motivos de sátira, de "pérolas da província" com que esconjurar na esplanada, após as férias, a maldição de mais um ano na selva de betão, de mais um ano na poluição química, sonora e... política duma capital decapitada*.
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* dizemos decapitada em face de bastos** sinais de ter perdido a cabeça
** e dizemos "bastos" por... por assim dizer. Não era para fazer uma graçola com os infelizes cidadãos de Basto... que parece que "pagaram" o bilhete para Fátima em vivas ao PS***
*** E quando dizemos "vivas ao PS", queremos dizer objectivamente "vivas ao PS". Não se pretende aludir subtilmente à "malévola informação" respigada em alguns jornais de que muitos manifestantes nem sabiam o nome do candidato cuja vitória "espontaneamente" celebravam. Como é admirável a "coesão social" à portuguesa: clero-nobreza-e-povo unidos a D. Pedro I em grandes farras nocturnas, o pacto povo-MFA assinado por Melo Antunes, o conciliador, e Zé Povinho, o próprio! Um dia destes, José Cid, o regressado, voltará a cantar «o povo saiu à rua com a alegria que costumava ter»...
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