Solidariedade com famílias das vítimas do voo TAM3054

(foto Reuters, via Correio da Manhã online)

O cidadaniaPT expressa a mais sentida solidariedade com as famílias das vítimas do desastre ocorrido hoje no Aeroporto Internacional de S. Paulo - Congonhas.

A toda a blogosfera brasileira expressamos a nossa solidariedade na campanha que certamente irá promover 1) pelo esclarecimento do que eventualmente terá falhado, dentro da limitada margem de manobra da previdência humana e 2) pela precedência da segurança face aos rácios de gestão financeira das infraestruturas aeroportuárias.

Exortamos a blogosfera portuguesa a que não permita que este infeliz caso possa ser "explorado" por quem tudo tem feito para lançar o país em mais uma loucura megalómana chamada OTA - e passar uma esponja sobre os graves problemas aeronauticos já apontados a essa opção!

Brasil decreta 3 dias de luto nacional e nós com ele: nesta dor, aqui no cidadaniaPT, seremos também brasileiros.

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e um breve reparo às redacções:
Admitimos que as escolas de jornalismo andem a ensinar que uma notícia infeliz como a de hoje se deve dar assim: «Não está colocada de parte a existência de portugueses entre as vítimas do desastre aéreo no Brasil. [...]». É possível, mas lamentável. O resultado está à vista, qualquer que seja a tragédia: do Katrina, ao tsunami o índico; nos atentados de Bali ou no 11 de Setembro. A questão é sempre se há vítimas portuguesas ou se Fátima continua a estender sobre o seu povo um manto protector. Continuamos a dividir o sofrimento do mundo em duas zonas artificiais: o dos portugueses e o dos outros.

Quando cai um avião em qualquer parte do mundo a notícia raramente deixa de começar assim "não há vítimas portuguesas do terrível acidente ocorrido hoje [...]". Alguns meses atrás, alguém na TV se confessava chocado por quase ter sido dado um tom de felicidade uma notícia de grande tragédia. Se não há, por agora, grande esperança de que consigamos abraçar a terra em risco, ou simplesmente a humanidade toda, independentemente das afinidades do passaporte ou, como neste caso, da língua com que se exprime a maior dor, tentemos ao menos poupar o mundo ao triste espectáculo do nosso egoísmo colectivo.

Não é preciso ser-se jornalista para escrever a notícia de uma forma que não fira os sentimentos de familiares e amigos das vítimas. E não queremos crer que aqui ande o dedo do sensacionalismo. Mas se afinal os advérbios foram readmitidos no discurso informativo, não seria possível informar de outra maneira , talvez mais humana? "Infelizmente, acaba de nos chegar a notícia de que 200 pessoas perderam a Vida num terrível acidente aéreo em S. Paulo - Brasil" E só depois, então, esse dado sobre a confirmação ou não de vítimas portuguesas. Jamais, fazer duma feliz circunstância a manchete, a notícia.