terça-feira, abril 29, 2008

“As alterações climáticas: causas, efeitos e atitudes”, pelo Prof. Carlos Borrego - 5 de Maio

Prof. Carlos Borrego no ciclo de tertúlias no CAVIM

5 de Maio de 2008,
Feira; 21h30

----------------------------
Resumo:
Um dos mais impressionantes efeitos da acção do Homem sobre o ambiente é a mudança climática. Este efeito global é considerado como uma das grandes ameaças ao desenvolvimento sustentável, por pôr em causa não apenas os equilíbrios naturais mas também a segurança de uma grande parte da população.

As principais causas das alterações climáticas encontram-se no aumento das concentrações de um conjunto de gases emitidos pelas actividades humanas e que interferem com os padrões normais de troca de energia por radiação da Terra com o espaço exterior, produzindo o chamado "efeito de estufa". Está demonstrado que a acção humana veio alterar as concentrações, a distribuição espacial e os ciclos de vida desses gases.
Apesar de algumas incertezas, há factos indesmentíveis: os níveis de dióxido de carbono na atmosfera estão a aumentar exponencialmente e atingiram valores nunca antes alcançados. Como vamos actuar? A idade das ideologias está a terminar e a principal política a seguir no futuro é a de salvar o nosso Planeta e a Humanidade: só há uma TERRA!

Nota curricular:
Carlos Borrego (1948), Professor Catedrático de Engenharia do Ambiente da Universidade de Aveiro, foi Ministro do Ambiente e Recursos Naturais (XI e XII Governos) e Vice-Reitor para a Investigação (1998-2002) na UA. É Presidente do Conselho Directivo do Departamento de Ambiente e Ordenamento, onde desenvolve as actividades docente e de investigação, que originaram mais de 400 artigos e 7 livros, abordando problemas ambientais, entre os quais temas como qualidade do ar, alterações climáticas e fogos florestais. É Delegado Nacional ao Programa-Quadro de Investigação (Ambiente) da União Europeia, Director da European Association for the Science of Air Pollution (EURASP) e representante de Portugal em inúmeras comissões científicas e de avaliação (CE, NATO, ESF, ...). Com Director do IDAD-Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (unidade de interface da UA), desenvolve a actividade profissional de projecto e consultoria. Foi membro do Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (de 2002 a 2007).

-------------------------------

Local: R. P.e Doutor Manuel Faria, Loja 6 P, (Junto à Rotunda da Universidade)
Guimarães


Mais informações: http://www.cavim.blogspot.com/

quinta-feira, abril 24, 2008

Homenagem a Mons. Eduardo Melo Peixoto - RCM 24.04.08

Homenagem a Mons. Eduardo Melo Peixoto


Partiu no passado sábado do nosso convívio Mons. Eduardo Melo Peixoto, conhecido de todos como Cónego Melo, em virtude dos muitos anos de serviço à Sé de Braga, à Igreja, a tantos quantos o procuravam e... a Portugal. Quem conheceu este homem de diálogo – que certa preguiça mental entendeu classificar de “polémico” - percebeu, bem ao contrário, que se tratava de um pensador claro e um cidadão corajoso – um rochedo no mar da hesitação calculista. Uma referência, portanto, para a acção verdadeiramente libertadora – logo incómoda para certos projectos totalitários – logo... polémica.


ao Amigo

Eu próprio, sou testemunha da sua amizade nestes brevíssimos 3 anos transcorridos desde que em 2005 lhe pedi a assinatura para a candidatura independente à Presidência da República – e ma deu depois de lhe demonstrar a vontade de contribuir para a regeneração da política portuguesa a partir da sociedade civil e em nome de Valores.

Três anos em que pude conhecer a inteligência, a sentido de humor, o arreigado sentido de solidariedade humana e toda uma forma de ser ao mesmo tempo “do alto” e “da terra” que ficou sendo para mim e para muitos, figura típica e exemplar de “bracarense”. Braga fica um pouco mais triste, Portugal um pouco mais desamparado.



ao Homem

Fiquei impressionado com a quantidade de testemunhos na primeira pessoa que ouvi na primeira pessoa desde o passado sábado. Se é de louvar num homem a solidariedade e disponibilidade para o outro, torna-se verdadeiramente desconcertante e, diria, sublimemente cristão que isto aconteça sem que a mínima publicidade seja dada a tantos gestos – deles adquirindo vago conhecimento mesmo os amigos próximos... muitos anos depois.

Quando vemos os nossos sindicatos da Função Pública reclamar contra o aumento da idade de aposentação... e a depressão de tantos no momento em que a atingem, aí fica o exemplo dos oitenta anos do Sr. Cónego Melo, trabalhando a plena carga, caído em serviço e, porventura, pelo serviço.


ao Padre

A homenagem de um leigo. Quando a Igreja dava os primeiros passos na busca do caminho pós-concílio Vaticano II, já Monsenhor Melo abraçara com entusiasmo o Movimento dos Cursos de Cristandade e lhe insuflava espírito vital e... mentalidade cristã. Mais de 50 anos de serviço...

«Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo,

disserem todo o género de calúnias contra vós, porque grande

será a vossa recompensa no céu; ”(Cfr. MT. 5.1-1)


ao Português

Muita gente considera que o princípio do fim da Ditadura Comunista em Portugal terá sido, mais do que quaisquer outros, obra deste homem singular, amado e admirado pelo seu povo de Braga e por tantos portugueses de boa-Vontade, cuja capital importância histórica os seus inimigos, à sua maneira, reconhecem.



Quem assistiu à notícia do seu falecimento na RTP2 (noticiário da noite de sábado, 19 de Abril) notou a profusão de advérbios e PREC-iana adjectivação. A Rádio Televisão dita Portuguesa, quase deu a ideia de ter algum contrato de Outsourcing com o Avante para os noticiários da 2 ao fim de semana (redução de custos?).

A não ser assim, como justificar alguns dos termos utilizados? Começa por classificar de "anti-comunismo primário" e de “extrema-Direita” o grito de Ipiranga dado em Braga contra a instauração iminente de uma Ditadura Comunista em Portugal. Que se saiba, também Sá Carneiro e Mário Soares lutaram contra este projecto e corajosamente o denunciaram ao país. Porque não carregam então também eles os epítetos de “extrema-direita” ou de “primário”? A Mário Soares, ainda o PCP teve de engolir como sapo a dado passo, tapando a cara no boletim de voto. Ao Norte, que então o Cónego Melo congregou e de facto liderou, é que nunca será perdoada, afinal, a sua decisiva eficácia (tal como hoje acontece a Pinto da Costa). Em Lisboa, lá longe, Mário Soares* na Fonte Luminosa avisava que o PS podia paralisar o país... Em Braga, o Cónego Melo proclamava simplesmente que “não temos medo e somos mais” - mais ou menos o mesmo tom, portanto. O resto é sabido da sociologia e da dinâmica das multidões: o povo atende mais aos que lhe estão próximos e aos que verbalizam aquilo que ele mais profundamente sente!

De resto... é teoria do caos: “Uma borboleta bate as asas em Pequim e vem a acontecer um furacão em Nova Iorque”. Para os fanatizados de Nova Iorque (que se fartaram de emitir gases de efeito de estufa para o Katrina) o mais fácil é... responsabilizar a borboleta de Pequim... lá longe, apoiada nos “camponeses ignorantes do norte”!

E a RTP2 levou o delírio ao ponto de atribuir a uma "maquinação da Igreja" (da igreja de Braga?) o enxovalho do Sr. Arcebispo D. Francisco Maria da Silva pelo COPCON no aeroporto de Lisboa - como se os militares do COPCON obedecessem secretamente... ao Cónego Melo. Mas o jornal2 não tem direcção de redacção? Se tem, mesmo que não se revelem as fontes, bom seria que esta assumisse a responsabilidade de tão ousada tese e apresentasse documentos fidedignos para a sustentar diante da História.

Parece-nos que é finalmente chegado o momento de, mais do que erigir estátuas a pessoas, se construir um monumento à Verdade sobre este período recente e tão decisivo da historia portuguesa. Deixo por isso aqui um desafio: o de que me seja enviada toda a documentação relevante relativa a Braga, ao norte, ao país, sobre aquele período histórico entre 1974 e 1980 – panfletos, fotografias, comunicados, discursos, gravações (audio ou vídeo - original ou cópia). Podem contactar comigo através do email indicado no blogue cidadaniapt.blogspot.com ou enviar a documentação directamente para a Radio Clube do Minho ao meu cuidado - Rua Cónego Rafael Costa, 122 - Apartado 6, 4715-288 Braga. O nosso compromisso é o de compilar, organizar e estudar essa documentação, naturalmente com apoio de outros académicos interessados, para depois, justificando-se, publicarmos um estudo documentado que lance luz e documentada verdade – seja ela qual for – sobre um período que é do nosso superior interesse cívico conhecer “em Espírito e Verdade”.

Enfim, o grande pecado deste grande português – para os que gostariam talvez de lhe poder sujar o nome (porque não basta querer) – foi o de, sendo padre, se ter envolvido decididamente na política e tê-lo feito na praça, ao lado do povo... da cidadania anónima e sem outro partido que não seja o da Liberdade. Em 1975, vitorioso, contra a Ditadura comunista. Em 1998, vitorioso, contra a Ditadura abortista. Em 2007, provisoriamente vencido no referendo do aborto, mas logo entusiasmado em 2008 a animar o Portugal pro Vida, entretanto surgido, e em fase de recolha de assinaturas.

_________
* por lapso, em edição anterior atribuímos a Mário Soares o apelo à "Maioria Silenciosa" que, na verdade, pertenceu a Spínola em Setembro de 1974.

domingo, abril 20, 2008

Mons. Eduardo Melo (1927-2008)


Braga, 30 de Outubro de 1927 — Fátima, 19 de Abril de 2008

« Então, baixinho, começou a entoar uma cantiga. Era a que eu mais gostava de a ouvir cantar, desde pequenino. Mas, repentinamente, emudeceu e, dirigindo o seu olhar para o campo, disse a sorrir:
"- Filho! Vê. Teu pai acaba de chegar e traz a coroa de flores de "ipê" amarelo que um dia fez para mim... Vem na minha direcção..."
Inclinou a cabeça e os seus olhos fecharam-se. Silêncio total. Acabou a respiração.
Caminhei em direcção à casa, levando ao colo a minha mãe morta. Silenciosamente, os meus irmãos saudaram-me.
Eu gostava de ter dito, uma vez mais, a minha mãe antes que ela morresse, que a amava.»

Mons. Eduardo Melo, in "Ecos da Vida - por uma sociedade com valores", Ed. I.S.BEnto da Porta Aberta, Outubro 2005, pág. 246


Descansa em Paz, lá onde subiste a dizer a tua mãe, e à nossa Mãe do Céu, quanto as amas

... e pede a Deus por nós, por Portugal, pela Humanidade inteira a quem deixaste por maior herança o teu testemunho e o teu exemplo...

Ecos da (tua) Vida, nas nossas vidas.

quarta-feira, abril 16, 2008

Desertificção... no DIAP e Lei do divórcio (RCM, 17.04.08)


DIAP - "Deserto" da Investigação e Acção Penal

Uma das situações mais graves que vai passando quase em silêncio no nosso país prende-se com a debandada de procuradores do Ministério Público do DIAP para tribunais administrativos comuns (e outros que vão abrindo vagas a concurso). Já estava claro que a luta contra a corrupção e o crime económico não tem especial interesse para a nossa classe política...

Mas agindo assim, até dá a ideia (seguramente infundada) de que o país político possa ser de algum modo o principal beneficiário da "vista grossa" fatalmente exercida por uma magistratura sem meios, sem pessoas e em que os mais experientes são "empurrados" para outras carreiras onde houve, da parte do legislador e do governo, o cuidado de prever a normal progressão...

Pode uma grande cidade dizer que tem um sistema de recolha de lixo, contratando dois ou três varredores para passar de seis em seis meses em cada rua? Dizer, pode. Mas não e sério!

Pode um Governo dizer que está a dar combate à corrupção, criando deliberadamente um contexto funcional como o que presentemente se encontra no DIAP?... Tomemos todos consciência de que os grandes prejudicados disto, não são aqueles magistrados que há poucos dias apresentaram esta situação nos telejornais. Somos nós, é a nossa Dignidade Cívica que sai irreparavelmente lesada.




Lei do Divórcio

Nesta reflexão tentarei, o mais que me for possível, falar como cidadão interessado no melhor para a sua comunidade nacional, e não como um católico interessado (e este interesse não seria mais do que uma mera vaidade) em ver plasmada nas leis do seu país quaisquer contingentes ditames morais da sua igreja.

Admito que os crentes continuarão a ver o casamento como um acto solene, abençoado pelo próprio Deus em que acreditam e, portanto, irreversível. Os portugueses não-religiosos, porém, irão decerto acabar por se acomodar à nova Lei do Divórcio, adaptando gradualmente a sua visão do casamento civil à visão... do legislador. E qual é ela? Pelo que se percebe na proposta do PS e já na recentemente submetida pelo Bloco de Esquerda, trata-se da visão de um contrato denunciável unilateralmente e em qualquer momento: "por simples vontade de um dos cônjuges". Um contrato de onde, uma vez mais, se pretende banir a noção de responsabilidade e compromisso consequente. Divorcio-me porque sim. Aborto porque sim.

- Sim, casei contigo porque me davas segurança. Mas agora, depois do teu acidente de trabalho, estás com 50% de incapacidade... Mas agora estás desempregado(a) e por agora não podes contribuir para a casa... ao contrário de alguém que ontem conheci... Mas agora, olha, engordaste e já não me agradas assim tanto. Mas agora, já que quiseste ter filhos, cria-os tu que eu quero viver a minha vida sem preocupações.

Quando os "engenheiros sociais" do PS no parlamento se propõem moldar a sociedade do futuro sem acautelar os anseios mais profundos (e silenciosos) da maioria das pessoas, preferindo atender a chinfrineira estridente do "Bloco de Esquerda" (de cuja proposta recente acabam por ir a reboque), o resultado só pode ser o aumento do número de divórcios... e a redução do número de casamentos, com a consequente generalização das uniões precárias. Afinal para quê um casamento civil se não dá quaisquer garantias mínimas de respeito pelos deveres mútuos (nem sequer de assistência), custa tão caro e tem atraído tão notoriamente a cobiça do fisco nos últimos tempos? O resultado acaba por ser também o divórcio cada vez mais profundo entre o casamento civil e... o religioso. Parece que o Estado nada aprendeu e pretende regressar ao tempo de antes do imperador Constantino... à acelerada decadência que aquele estadista, temporariamente tentou (e até certo ponto conseguiu) suster, oficializando a moral cristã, designadamente quanto ao casamento e ao reforço da estabilidade familiar, em claro benefício do elo mais fraco - os filhos menores!

E como fica o silêncio do Sr. Presidente no meio de tudo isto, depois de ter apelado tão insistentemente ao reforço da natalidade? Será que o novo regime proposto vai incentivar os portugueses a ter mais filhos e ajudá-los a educar esses filhos na família, depois de tornar tão simplex a sua dissolução? É preocupante tudo isto e, sobre tudo isto, a impotência do Sr. Presidente da República para exigir do governo políticas responsáveis e socialmente sustentáveis. Isto se o presidente deveras acredita nas palavras que pronunciou em Gouveia no final do ano passado:


“Eu não acredito que tenha desaparecido nos portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao Mundo”

“Por isso, é que eu tenho incentivado muito a actuações de natureza política e de toda a sociedade, para conseguir que pais e mães apostem mais na vida”

“algo está errado num povo que não cuida da sua continuidade”


que está verdadeiramente errado não está no povo, mas na sua oligarquia dirigente. Quando o Estado serve descaradamente a classe política... [...] só resta aos cidadãos desobedecer e resistir. E uma das formas que encontraram foi simplesmente "não dar os seus filhos" à máquina trituradora do corrupto e decadente estado a que chegou esta pobre/podre república portuguesa!
[...]
Senhor Presidente, quando, em último recurso, os próprios juízes se constituem como associação para resistir à tentativa de instrumentalização da Lei Penal a favor dos criminosos pedófilos que irremediavelmente destruíram a vida de tantas crianças à guarda da república e degradaram a Honra de Portugal, resulta evidente a falência da função presidencial. Os cidadãos portugueses deixaram de contar com o seu Presidente como garante da democracia e do país livre que Portugal foi e já não é.





in http://portugalprovida.blogspot.com

No debate parlamentar, falou-se de "contratos". Foi dito que o casamento não é "um mero contrato". Como se o Estado português reconhecesse, na prática, ser mais do que isso... Se considerarmos a estabilidade das famílias como um bem a proteger, respeitar e, na medida possível da sua "legislacção", a promover, quase diríamos que nos contentávamos que o casamento fosse, do ponto de vista do legislador, "um mero contrato". Um contrato em que ambas as partes fossem respeitadas e que, sem justa causa, não pudesse ser quebrado - pelo menos que o não pudesse ser sem justa indemnização da parte contrária. Um contrato, enfim, como tantos outros que se fazem no mundo dos negócios materiais e cuja cessação unilateral pode implicar penalizações contratuais específicas e, na sua falta, ser contestado judicialmente à luz da lei geral.

Não se conhecem poucos casos de abandono do cônjuge ou da cônjuge pelo simples facto de este adquirir ou manifestar uma doença, violando-se assim os deveres de assistência e coabitação. Como se protegerá na Lei portuguesa o casamento de um qualquer simples impulso de egoísmo tardio? Mas para uma larga franja da nossa Assembleia da República, infelizmente, a família só parece existir como o locus da violência doméstica, certamente um mal mas não o único nem talvez o principal.

«A lei só existe para proteger os fracos. Por isso é que, em geral, quando se dilui uma regulamentação se está a criar oportunidades para os poderosos abusarem. Se o divórcio se torna mais célere e expedito, se o casamento fica mais precário e solúvel, isso vai prejudicar precisamente aqueles que mais sofrem nessa relação, as crianças, os idosos, os cônjuges sem meios, doentes, desempregados, etc.

Quanto? Ninguém sabe. O aspecto mais grave é que quem acaba de mudar a lei e promete mudá-la de novo não faz a menor ideia como isso afectará a realidade, porque o faz por miopia, capricho, a reboque e à pressa. [...] Os socialistas actuais, levando o casamento civil a valer menos que a tinta com que está escrito, entregaram de novo à Igreja esse aspecto central da vida. Quem hoje quer casar a sério e proclamar à sociedade uma união sólida e perene vai onde, ao registo ou à capela?»

Esta Lei poderá inclusive levar à recuperação do "casamento em segredo", ou seja, ao casamento simplesmente religioso sem dar conhecimento ao Estado - na medida em que este penaliza fiscalmente mais os casais (casados) do que as uniões de facto, como tem repetidamente denunciado a APFN. E já nem falamos da questão da Socratina caça às bodas!...

O PS elimina a reunião de tentativa de reconciliação: porquê? Porque é espúrio tentar salvar um casamento? Mas... afinal como podia legislar de outro modo que, por exemplo, na lei do aborto também impôs que à mãe não fosse dada informação sobre alternativas ao aborto, mostrada uma ecografia do seu filho de 10 semanas, etc? Este legislador anti-família e anti-Vida sabe muito bem que quanta mais informação for dada às pessoas, quanto mais estas forem convidadas a pensar... menos inclinadas elas se mostrarão a seguir o caminho (sem alternativas) que lhe apontam estes iluminados, estes engenheiros da futura sociedade perfeita que se convenceram estar a idealizar.

Aos que nos convidam com olhos doces:
«Vem por aqui...»

Continuaremos a responder com José Régio:
«
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!»

grades, sinos e tachos...

Depois de aqui publicarmos um alerta para alguns "pontos negros" nas nossas estradas, verificámos que alguém tomou uma iniciativa de cariz mais... tradicional. E assinalou a falta da grade num certo "buraco frente à Quinta da... Tapada" com a bandeira que a imagem mostra.

Alguém leu o nosso post? Pouco provável, perante a rusticidade da solução adoptada. O nosso leitor habitual é do mais fino que há!





Certo é que o problema foi entretanto resolvido! Só não sabemos se o foi pelo nosso alerta blogosférico, pelo acto de "cidadania directa" ou... pelo normal funcionamento da manutenção do sistema rodoviário.

A nova grade lá colocada, porém, é de um modelo "meio-tosco" como se quem a lá colocou já estivesse farto de comprar grades da Fundicion Catalá para depois alguém roubar.





E este problema dos frequentes furtos de tampas de saneamento e outros elementos em ferro dispostos na via pública, evoca uma história já antiga cujos "herois" são uns certos objectos trabalhados em ferro ou bronze: sinos e... tachos.

------- § -------

Trata-se da famosa história da "comission des cloches*" belga. Instituída para localizar centenas de sinos alegadamente retirados pelos Nazis das igrejas belgas durante a 2ª Guerra Mundial, aquela patusca comissão "funcionou" durante dezenas de anos para, enfim, não encontrar praticamente nada...


A razão é simples e, certamente, não terá escapado de todo a quem, apesar disso, achou por bem criar a tal comissão!

... Na fase final da guerra, as matérias primas começaram a escassear e os Nazis precisaram de encontrar fornecedores "alternativos". Em países ocupados, como a Bélgica, lembraram-se então de "requisitar" os sinos dos campanários, como quem os leva para "manutenção"...

(Que os sinos - com o passar dos anos - podem oxidar e o toque vai perdendo brilho...)





Algumas cordas, roldanas e uma camioneta de carga bastavam para o "serviço". Bom, não propriamente: as cordas, as roldanas, a camioneta e... o medo!













... É que, ao contrário dos "filmes de guerra", nas fotografias da realidade não aparecem soldados SS com os famosos capacetes M35. Populações submetidas à lei marcial não costumam organizar manifestações de protesto... nem que lhes venham roubar os sinos da igreja. É verdade que, com a perda dos sinos, ficava igualmente limitada a capacidade de convocar a população...
... a rebate! Mas não iríamos muito por aí...







Por fim, ia tudo para a fundição e eis como, querendo ou não, centenas de vilas e aldeias belgas colaboraram com o "esforço de guerra".









Depois de todo aquele bronze muito bem (con)fundido, convenientemente transformado em canhões, tanques, aviões e navios, certamente não seria nada fácil o trabalho da tal "commissin des cloches". Alguns daqueles sinos, podem muito bem estar no fundo do mar... com o Bismarck!

Mas mesmo assim diz-se que o "trabalho de comissão" foi sendo job para uns tantos boys das clientelas políticas belgas... e ainda hoje a história se conta por lá como o exemplo mais acabado do que é um... "tacho".

Lá como cá!...


* vd. Th. Boudart, Les archives de la Commission des cloches.
Fotos de trabalhos nas "minas" de ferro e bronze Nazis -
Enlèvement des cloches, 1942-1944.

quinta-feira, abril 10, 2008

O “Fachismo” (olímpico) chinês (clube de análise RCM, 10.04.08)


Aproxima-se a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim que segundo a Carta Olímpica procuram "criar um modo de vida baseado na alegria do esforço, no valor educacional do bom exemplo e o respeito pelos princípios éticos universais” e têm como objectivo "colocar o desporto ao serviço de um harmonioso desenvolvimento da humanidade, com vista a promover uma sociedade pacífica e preocupada com a preservação da dignidade humana”.
Põe-se então a questão: será legítimo e eficaz um boicote a estes jogos em solidariedade com o Tibete e com tantas vítimas de violação de direitos humanos mesmo dentro da China?
Alguns, como Sarkozy, colocam a hipótese de boicote puro e simples dos jogos – já aconteceu nos de Moscovo em 1980 e a seguir nos de Los Angeles em 84. Outros, como César das Neves, alertam para o respeito devido mesmo a “Orcs”, concluindo que devemos “correr, saltar e brincar” com eles, já que também nós podemos aqui e ali tornar-nos uns valentes Orcs – legalizando a barbárie de lesa-Humanidade, por exemplo. Orcs, já agora, eram aqueles seres maus e repelentes do “Senhor dos Anéis”...
Ouve-se muitas vezes a tese politicamente correcta: “não misturar a política (internacional) com o desporto”; “não misturar a política (paroquial) com a... paróquia”... É uma tese bonita – especialmente para o cacique ou para o tirano – esta que condena a discussão dos assuntos da polis nos sítios onde a polis se reúne, ainda que sob outro pretexto. Controlados os restritos “locais próprios” e censurados os supostos locais impróprios, bem podem descansar os “pais da pátria”, os “regedores da cidade”...
Mas não têm sido afinal os políticos a misturar a política com o desporto? De quem é a culpa (se é que há culpa nisto) de os grandes eventos desportivos se assumirem como grandes montras da política? Entre nós, quem não recorda as grandes vaias de Durão Barroso na Luz, as de Alberto João Jardim nos Barreiros... ou, mais recentemente, as de Sócrates em todo o lado? E quem pode esquecer os dez estádios (que ainda estamos a pagar), outros tantos trampolins de Durão Barroso para a comissão europeia?
Os Jogos Olímpicos modernos, são mais do que um mero evento desportivo – são um símbolo da Paz e uma celebração dos Direitos Humanos - tudo o que a China nega neste momento, particularmente no Tibete.
Citando um dos autores do blogue portugalprovida, Carlos Videira:
«a China apenas se encontra nesse grupo de países [industrializados] devido a um profundo desrespeito pelos direitos humanos, desde a exploração de mão-de-obra infantil ao patrocínio de conflitos [internacionais], com grande ênfase para o continente africano.
[refira-se a parceria China-Sudão, parcialmente responsável pelo terrível drama do Darfur; o apoio à luta armada contra Portugal em Angola e Moçambique. Há aqui hipocrisia grossa: hoje a China queixa-se de supostas ingerências da comunidade internacional nos seus assuntos internos (como se o Tibete fosse reconhecidamente um assunto interno da China) e esquece as suas próprias ingerências nos assuntos internos dos outros – com apoio financeiro e logístico (na guerra da África portuguesa) ou... com a “ingerência” armada no mesmo Tibete, em 1949].
A China, é hoje [um dos países] onde mais violações aos direitos humanos ocorrem: condicionamento da liberdade de imprensa (que dizer das restrições à imprensa internacional durante os jogos na praça de Ti an a -Men?), limitação dos direitos e garantias dos cidadãos (com a complacência mercantilista do ocidente), dumping social (trabalho infantil e exploração do trabalho sem direitos, perante o curiosíssimo silêncio do nosso PCP), restrição da liberdade de expressão e de pensamento, promoção da censura, proibição de partidos políticos [alternativos], perseguição de instituições religiosas, criação de salas de morte para crianças e deficientes, que são um atentado à dignidade humana [e uma chacina sem precedentes traduzida na sua solução-final: programas de limitação da natalidade com recurso ao aborto e esterilização forçada de mulheres].
É a China que executa um verdadeiro genocídio cultural no Tibete e procura a toda a hora denegrir a imagem do Dalai Lama. [...] tenta asfixiar a língua e a cultura tibetana destruindo mosteiros porque destruindo-se a identidade tudo se torna mais fácil.».
Portanto, e se não houver coragem para um boicote por cobardia cívica e interesses comerciais ou interesses desportivos dos atletas, pode-se ao menos faltar à Cerimónia de Abertura ou, se os atletas realmente comungam do espírito olímpico, podem estes solidarizar-se com aquele povo oprimido desfraldando pequenas bandeiras do Tibete durante a parada (a China levará o abuso ao ponto de revistar os atletas e a cidade olímpica?), recebendo as suas medalhas no pódio com a saudação do Dalai Lama, dando a volta de honra com a bandeira da ONU... ou do Tibete! [ Citius, fortius, altius – o ideal olímpico aplicado às bandeiras do Tibete: sacá-las do bolso bem depressa, segurá-las com força e levantá-las bem alto... para não lhe chegarem os stewards chineses antes de as câmaras as mostrarem ao mundo]»
Não assumir com coragem o primado dos princípios no concerto dos povos, pode valer no imediato alguma simpatia comercial da nova super-potência, mas custará ao mundo um preço muito maior pago em Dignidade, Justiça e Paz... Perante isto, iremos nós aplaudir boçalmente o politburo chinês na cerimónia de abertura e encerramento? Ou seremos fieis às nossas convicções, exigindo à China o mesmo que exigimos a outros como condição do respeito internacional? Não pode haver um lugar no concerto das nações livres para quem espezinha as mais elementares liberdades dos cidadãos. Não basta ter dinheiro para merecer o nosso respeito. Não será por ter muito poder, dinheiro, capacidade militar ou excelentes atletas que os líderes chineses deixarão de ser... - na metáfora de César das Neves - uns Orcs!
Uma nota de esclarecimento final: esta não é uma crónica sobre umas vagas injustiças cometidas algures lá longe por um regime autocrático e rico contra um povo oprimido e pobre. Esta é uma posição e um alerta, em nome da cidadania global, também a favor da cidadania portuguesa. Ou não estaremos nós hoje e aqui também interessados nessa garantia - que a internet veio consolidar – de que quando algum dos nossos países for submetido à força de uns tantos Orcs - mais ostensiva (como na China) ou mais subtil (como em Portugal) - onde quer que eles apareçam sempre se levantará alguém para lhes tentar apagar o facho ou “fachismo” Olímpico, e em sufrágio do nosso silêncio forçado gritar-lhes: «até quando, ò tiranos, abusareis da paciência do vosso povo?»

----------------------------------------------------------------

Duas notas extra:

Desejo a Jorge Coelho um bom mandato à frente da Mota-Engil e peço-lhe que esteja atento, não vão os criativos do Marketing da empresa, para agradar ao novo comissário político, digo, ao novo C.E.O., lembrar-se de mudar o slogan da empresa, inspirando-se naquela sua famosa tirada “quem se mete com o PS leva! - quem se mete com a MOTA-Engil leva”. Se já não é simpático levar com a imprensa-controlada, a má governação do PS e uma ou outra retaliação directa ad hominem, levar com uma betoneira da Mota-Engil deve ser ainda mais desagradável!

O movimento Portugal pro-Vida - Braga veio lançar um desafio ao Movimento Esperança Portugal que vem a Braga por estes dias: Se se assumem como católicos os seus dirigentes, porque receia o MEP assumir como prioridade sua a defesa da causa da Vida, a luta contra a liberalização do aborto, do divórcio e da eutanásia, como faz o Portugal pro Vida e até o “conservador” PSD? O seu líder, Rui Marques, ainda não está livre da invisível tutela de Sócrates? Ou quer precaver as suas chances para futuros “tachos”, continuando a merecer a confiança do PS? Obrigatórios, não descartáveis para quem se quer assumir como político-e-cristão, bom seria que os Valores da Vida se sobrepusessem a interesses menores e ao pior calculismo político, como aquele de pretender nascer ao centro “entre o PS e o PSD”...

quinta-feira, abril 03, 2008

Clube de Análise, 3.04.2008

A partir de hoje será publicado aqui o texto de cada intervenção semanal na Rádio Clube do Minho - 92.9MHz - no âmbito da rubrica "clube de análise", no ar todas as 5ªs feiras por volta das 14h45.


(sendo esta a primeira edição, justifica-se uma "declaração de interesses" em sinal de transparência editorial e respeito pelo ouvinte)

Declaração de interesses

  • projectos de sociedade civil: candidatura P.R.2006, FOCA – desenvolvimento sustentável, agenda XXI / metas do milénio; campanha «centros de saúde proVida», Portugal pro Vida, movimento político em formação que visa levar o Estado a adoptar políticas favoráveis à vida, nas várias vertentes (aborto, saúde, justiça, emprego, cultura);

  • docente de Engenharia na Universidade do Minho (dept. de electrónica) vindo há dez anos da Universidade de Aveiro, responsável projecto SAVI que produziu o midichat (programa de música on-line pela internet, especialmente para pessoas com deficiência visual ou motora) e elaborou um «manual do professor da escola inclusiva - com alunos cegos ou de baixa visão na sala de aula», projecto Vigília que produziu, na fase empresarial, um sistema de detecção electrónica de incêndios florestais – e prossegue na U.M. Enquanto projecto de disseminação tecnológica e estímulo a parcerias locais “Vigília Open Design»;

  • activamente envolvido no passado recente no movimento Minho com Vida – pelo “não” à liberalização do aborto e outros crimes de Estado contra a sociedade portuguesa;

  • cidadaniapt.blogspot.com, portugalprovida.blogspot.com, luisbotelhoribeiro@gmail.com

------------------------------------------------

Tantos assuntos a pedir a nossa atenção: situação no Tibete, propostas na A.R. De alteração à lei do divórcio, processo de reforma do ensino superior (depois de Bolonha é o RJIES) – particularmente discutido e assumido na U.M., braço de ferro dos professores do secundário com o Ministério, situação do emprego/emigração e a (não) discussão sobre o modelo de desenvolvimento para o Minho e para o país, a preparação da 1ª Conferência Internacional Angola: Ensino, Investigação e Desenvolvimento (EIDAO 08), Universidade do Minho, Campus de Gualtar, Braga, entre terça-feira, 15-04-2008 e quinta-feira, 17-04-2008. Mas temos de seleccionar assuntos, grandes ou pequenos, para a nossa reflexão. Para hoje escolhi três: o semáforo de Esporões, um tópico relativo aos MDGs e... a educação;

--------------------------------

"O "semáforo de Esporões" em Braga, a segurança, o ambiente...

Como tantos outros por este país fora, o que pretendia ser um limitador de velocidade ou um dispositivo de protecção aos peões, acaba por se tornar um simples desperdiçador de combustível:
- torna-se vermelho mesmo que o veículo circule a 50 km/h;
- demora uma "eternidade" a regressar ao estado "verde".

Estudos indicam que é no "pára-arranca" que mais se desperdiça combustível. Então, se não para proporcionar alguma poupança aos condutores portugueses, ao menos por respeito para com o ambiente haja alguém que se encarregue de verificar a (des)calibração dos semáforos limitadores de velocidade de forma a garantir que, não havendo peões a solicitar o atravessamento, um condutor que siga à velocidade permitida não encontre o semáforo fechado.

Uma outra razão ainda. Durante a noite, pode ser arriscado parar num local ermo para deixar passar um "peão invisível"... Além disso, tem sido notório o alarme social com o aumento do número de ataques de car-jacking! E há igualmente o perigo de se parar e levar com um condutor distraído (ou outra coisa) em cima... Tudo isto aconselharia, pois, a que os responsáveis tomassem especial cuidado para que os semáforos não estivessem (como estão) a dar ordens (automáticas) de paragem em circunstâncias nas quais o sinaleiro (que substituiram) jamais o faria!

Caso contrário, corremos o risco de começar a encarar o "sinal vermelho" como os italianos: um mero sinal de "informazione" e não de proibição.

-----------------------------------------------------------

Objectivos de desenvolvimento do milénio

O objectivo 8 propõe uma «Parceria global para o desenvolvimento»


Uma das componentes tem que ver com a renovação das lideranças e a rotatividade dos detentores de cargos públicos. Quando alguns pensam que estas metas se destinam ao 3º mundo, chegados a este ponto percebemos o quanto elas nos dizem respeito a nós, portugueses no séc. XXI. Aqui em Braga, por exemplo, e sem querer formular um juízo sobre a qualidade do exercício do seu cargo, parece-nos que é um mal em si mesmo a permanência do mesmo presidente de câmara desde 1976. Esta situação propicia a cristalização de uma forte rede de apoio mas também de uma teia de interesses que a prazo se constituem num efectivo entrave a um verdadeiro desenvolvimento sustentável. E dá também um sinal de rigidez social e ilusória escassez de nomes alternativos, aliás secundado por tantos outros exemplos por esse país fora neste e noutros tempos (Guimarães, Felgueiras, Oeiras, Região da Madeira, Oliveira Salazar).

Por muito que as lideranças possam num dado tempo ter um papel mobilizador e até providencial, a sua permanência para além do aceitável acaba por secar o dinamismo daquela sociedade, desanimar os promotores de visões e abordagens alternativas (porventura mais ousadas ou simplesmente mais actuais), acaba por, em última instância, irritar aqueles mesmos apoiantes de sempre, renitentes em “enxotar” quem reconhecem ter servido bem na sua altura e que, por respeito, gostariam que se afastasse com dignidade e pelo seu próprio pé. Não perceber este desejo íntimo é, por um lado, um abuso do respeito do povo e, talvez, a melhor forma de acabar por não ocupar na memória histórica e no coração do povo o lugar que, de outra forma, lhe seria de bom grado atribuído. Veja-se o caso inglório da “morte política” do Dr. Mário Soares, penosamente atirado para o 3º lugar nas últimas presidenciais!

E sair de um cargo em que se realizou já o essencial de um projecto, pode ser afinal a oportunidade para capitalizar e partilhar a experiência adquirida noutro domínio. Como exemplo muito próximo, gostaria de deixar o do Prof. Sérgio Machado dos Santos. Depois de vários mandatos à frente da reitoria da Universidade do Minho, deixando a sua marca indelével, amplamente reconhecida, “partiu para outra” e ei-lo a encabeçar o grande desafio da Escola de Ciências da Saúde da U.M. com imaginação e energia. Aí está uma nova visão do curso de medicina, proposta urbi et orbi. Aí está um novo hospital. Aí está um instituto ibérico de investigação em áreas conexas – senão sob sua liderança, certamente com o seu contributo conceptual e estratégico.


Já não vivemos, felizmente, no tempo de escassez de elites com formação e preparação para assumir responsabilidades. Vivemos, isso sim, no tempo do desemprego e emigração forçada de licenciados e grande desmotivação no mundo da educação.

-----------------------------------------------------------

Educação

Daí que com a última palavra eu vá justamente pôr o dedo nesta ferida, e nas nossas responsabilidades partilhadas pela presente situação e formular um convite ao envolvimento de todos na busca de soluções que terão de ser encontradas e construídas por todos nós, cada um no seu papel: professores, estudantes, pais, outros profissionais presentes na escola (ou no Ministério), políticos.


Na mensagem do Sr. Presidente da República de abertura do livro lançado recentemente pelos “Empresários para a Inclusão Social – EPIS”, que têm em curso um projecto de promoção do sucesso escolar no Vale do Sousa, pode ler-se:

«Exigir à escola e aos professores que sejam o que os pais não querem ou não conseguem ser, é um mau princípio. Educar é uma responsabilidade partilhada, expressa por um compromisso entre os pais, a escola e a comunidade, que não poderá ser quebrado. Quando tal acontece, as consequências dessa falha reflectir-se-ão, por muitos anos, sobre o futuro dessas crianças e desses jovens.

Hoje conhecemos melhor as consequências de uma menor valorização do papel da educação, em particular quando nos defrontamos com problemas sociais cuja existência é fortemente determinada pela fraca importância que durante décadas lhe atribuímos e pelos reduzidos níveis de escolarização de grande parte dos portugueses.»


Para terminar, aqui partilho com os pais que nos ouvem um pequeno TPC que nos pode ajudar a perceber o grau de compromisso com a escola onde os nossos filhos preparam o futuro de todos: deles e nosso! São 5 questões enunciadas em 16 de Fevereiro em Rebordosa por Diogo Simões Pereira, um dos responsáveis do projecto EPIS:

  • sabe o nome da escola do seu filho(a)?

  • Sabe o nome do director de turma e que disciplina ele dá?

  • Sabe de que disciplina o seu filho(a) mais gosta? E de qual gosta menos?

  • Sabe o nome do melhor amigo ou da melhor amiga do seu filho?

Se não sabe, então se calhar não é má ideia começar a interessar-se pela escola para ter uma voz activa informada e útil na crítica e revalorização da Educação – se se quiser – na revalorização de Portugal. Há um pequeno erro de interpretação do Hino Nacional muito difundido em que vale a pena atentar: não faz sentido pedir aos “Heróis do Mar, nobre povo, nação valente”, como quem pede a outrem “LEVANTAI HOJE DE NOVO (o esplendor de Portugal). Mais útil do que a polémica proposta de Alçada Baptista sobre o tom militarista (canhões, armas, marchar, etc... que podemos ler como metáforas), seria substituir aquele “levantai”, que descompromete o sujeito que fala ou canta, por um “levantemos”. Sim, levantemos hoje de novo o esplendor de Portugal, o esplendor do Minho, o esplendor de Braga, Guimarães, ou de outra terra qualquer. E, para começar, levantemos a Escola.

Até para a semana se Deus quiser!

terça-feira, abril 01, 2008

outros pontos negros...

"semáforo de Esporões" - Braga
lat. 41º 30' 33,23" N / long. 8º 25' 06,93" W
Como tantos outros por este país fora, o que pretendia ser um limitador de velocidade ou um dispositivo de protecção aos peões, acaba por se tornar um simples desperdiçador de combustível:
- torna-se vermelho mesmo que o veículo circule a 50 km/h;
- demora uma "eternidade" a regressar ao estado "verde".

Estudos indicam que é no "pára-arranca" que mais se desperdiça combustível. Então, se não para proporcionar alguma poupança aos condutores portugueses, ao menos por respeito para com o ambiente haja alguém que se encarregue por verificar a (des)calibração dos semáforos limitadores de velocidade de forma a garantir que, não havendo peões a solicitar o atravessamento, um condutor que siga à velocidade permitida não encontre o semáforo fechado.

Uma outra razão ainda. Durante a noite, pode ser arriscado parar num local ermo para deixar passar um "peão invisível"... Além disso, tem sido notório o alarme social com o aumento do número de ataques de car-jacking! E há igualmente o perigo de se parar e levar com um condutor distraído (ou outra coisa) em cima... Tudo isto aconselharia, pois, a que os responsáveis tomassem especial cuidado para que os semáforos não estivessem (como estão) a dar ordens (automáticas) de paragem em circunstâncias nas quais o sinaleiro (que substituiram) jamais o faria!

Caso contrário, corremos o risco de começar a encarar o "sinal vermelho" como na Itália: um mero sinal de "informazione" e não de proibição.

--------------------------------------------------

o buraco (por tapar) junto à quinta da... tapada
Lat. 41°15'39.49"N Long. 8°18'15.37"O


Ao cuidado do Instituto das Estradas de Portugal, da Câmara Municipal de Lousada ou de quem quer que tenha a responsabilidade da conservação da estrada N106 no troço frente à quinta da Tapada, em Nespereira - Lousada: está um buraco aberto, suficiente para lá caber uma roda no pavimento da rua!

Trata-se provavelmente de uma entrada de águas pluviais sem a respectiva grade de protecção. Mas quando os condutores, no sentido Penafiel-Guimarães, se desviam de alguém que, junto do centro da via "dá o pisca" para a igreja de Nevogilde, correm sério risco de danificarem a suspensão ou de sofrer um acidente grave, uma vez que a roda pode ali ficar presa.

credibilidade política

O que era mentira a 11 de Março...
FINANÇAS - Descida dos impostos ainda não é para agora

Ainda não é desta que os portugueses vão ter a tão desejada descida nos impostos. [...] José Sócrates põe de parte qualquer medida nesse sentido.

In Destak, 11.03.2008, pág. 04

---------------
já é (a) verdade a 26 de Março!

«Governo: Descida do IVA para 20 por cento em vigor a partir de 01 de Julho

O primeiro-ministro afirmou hoje que a descida do IVA de 21 para 20 por cento entrará em vigor a 01 de Julho, tendo este ano um impacto na redução da receita entre 225 a 250 milhões de euros.»


2008.03.26 16:03, http://www.averdade.com/?aID=1572