quinta-feira, outubro 18, 2007

que las hay, las hay...


"Mas que fique claro que a BBC não cede a pressões...", («The BBC doesn't give in to government pressure!», cit. "Yes, minister") assim rematava o director da BBC à saída de um encontro com o "Sr. Ministro" em que, após ameaçar com uma retaliação qualquer, este acabava de conseguir a garantia de que uma determinada peça ou informação não iria para o ar...

Também em tempos ouvimos o mesmo discurso a jornalistas e responsáveis de informação da RTP, perante a acusação de falta de isenção na cobertura da pré-campanha para as presidenciais de 2006, na campanha do referendo ao aborto e noutros momentos. Ironicamente, os mesmos que o Correio da Manhã" de 11 de Outubro (pág. 48) assim cita: «A Administração da RTP passa recados do poder político" ou de quem refere divergências com a Direcção de Informação. É... a in-independência da RTP é um mal que ora se vira contra uns, ora se vira contra os outros. Divididos como estamos, não é difícil vencer-nos e silenciar-nos...

Valha-nos ao menos que já começaram a ter vergonha e meteram ao saco aquela campanha cosmética "RTP a televisão de todos e de cada um...". Antes, a RTP sempre repetia a "cassete" da independência e isenção. Chegou a tentar contrariar o descrédito público com a figura do "provedor do telespectador" (o qual finalmente parece que começa a dar um "ar da sua graça"... pelo menos assim pareceu no programa de 13-out-2007, com críticas bastante agudas à política de (des)informação - um especial "Bravo!" à lúcida intervenção da Prof. Felisbela Lopes). Chegou a engolir o maior sapo, renovando contrato com os líderes da oposição a Sócrates - os "gato fedorento". Nem assim... que a credibilidade é coisa que um dia perdida, custa meses a recuperar.

Realmente, quando se "zangam as comadres" (António Luís Marinho, José Rodrigues dos Santos, Carlos Daniel...) começa a perceber-se cada vez melhor como a governamentalização da informação pública era afinal tão certa como existirem... bruxas.

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