segunda-feira, outubro 15, 2007

A velhinha de Taubaté


«Existe uma velhinha em Taubaté que é a última pessoa no Brasil que acredita. Ela acredita em anúncio, acredita em nota de esclarecimento, acredita até nos ministros da área econômica. Depois que foi localizada, a velhinha de Taubaté, coitada, não teve mais sossego. Todos os dia batem à sua porta querendo saber que canal ela está olhando, que produto ela está usando e se a explicação do governo sobre o último escândalo foi convincente. Ela sempre diz que foi. Algumas agências de publicidade estão incluindo no seu approach de marketing um "Velhinha Factor", ou a questão: isto passa pela velhinha? Muitas entidades públicas e privadas mantêm a velhinha sob constante observação. Fala-se mesmo que existe em Taubaté uma unidade médica em prontidão permanente, exclusivamente para atender a velhinha em caso de mal súbito ou escorregão. Há uma convicção generalizada de que, quando a velhinha se for, tudo desmoronará. A boa saúde da velhinha interessa tanto ao governo quanto à oposição responsável. Se ela morrer - ou deixar de acreditar -, teremos o caos, que não convém ao projeto político de nenhum dos lados. Quando o Tancredo e o Figueiredo se encontrarem e um perguntar como vai a saúde, não estará se referindo nem ao outro, nem ao Aureliano. Estará falando da velhinha de Taubaté. [...]»
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Meu caro Luís Fernando Veríssimo, grande país - o teu Brasil! Entre 150 milhões, sempre se conseguirá achar uma ou várias velhinhas de Taubaté. Em Portugal, consta que havia três velhinhas - por sinal irmãs - para os lados de Reimonde, algures no Alto Douro. Uma finou-se em 1980, por alturas de Dezembro. A segunda, foi-se tragicamente em 2001 com as chuvas de Março. A última, agonizou longamente de Março de 2003 até à Páscoa (da cidadania) de 2007. E agora, "nessi (buarquiano) járdim" de punhos de "rendas do Alentejo" ninguém mais acredita "em polítxico".

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