domingo, novembro 25, 2007

solidariedade com a cidadania Russa


Lamentáveis! Eis o termo que nos ocorre perante os comentários do correspondente da RTP Evgueni Mouravitch às manifestações da oposição russa:
"As forças da oposição, para além de terem um aspecto caricato, não podem competir com o imenso recurso administrativo do Kremlin [...]"

Embora apontando a enorme desproporção de meios, o comentário dá por adquirido o aspecto ridículo da oposição, deixando completamente em claro o significado profundo e a coragem necessária ao simples assumir da oposição ao "novo Czar", perante as reiteradas denúncias duma política de "eliminação de vozes críticas".

Poderemos atribuir este comentário à cultura de uma casa (RTP) fundada para se constituir um "megafone do poder instituído", e um silenciamento cirúrgico dos mais promissores (ou ameaçadores, conforme a perspectiva) movimentos de cidadania? Ou a um pragmático
esquecimento dos 12 jornalistas assassinados já na "era Putin"?

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Quanto a nós, a manifestação de muitos, poucos ou de apenas um só cidadão a favor do que considera ser a Justiça e a Democracia no seu país... jamais podem ser motivo de ridículo ou de desonra.

Ridículo, sim, se não fora trágico, é ignorar que desta mesma "caricata" oposição vão desaparecendo destacados críticos como o ex-espião Litvinenko e a jornalista Anna Politkovskaya. Após o assassínio de doze jornalistas já durante a "era Putin", caricata (e cúmplice) é a falta de solidariedade profissional de que a infeliz expressão dá mostras. No fundo, assiste-se aqui ao mesmo "realismo" jornalístico que tanto desvaloriza uma oposição porque o "candidato oficial" se prepara para arrebatar 80% dos votos dos russos... como ignora os candidatos independentes a uma eleição presidencial portuguesa (unipessoal, não partidária) por estes não terem apoio... dos partidos!

Perante isto, aqui fica o singelo preito de homenagem e a solidariedade cívica da blosgosfera lusa com quantos lá longe demonstram a mesma determinação em não deixar as suas sociedades afundar-se sob as ondas da prepotência e do "poder nu" de máscara para-democrática, suportado no "colaboracionismo" de certa imprensa.


Não perguntes por quem os sinos dobram...
eles dobram por ti!

Hemingway

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