terça-feira, janeiro 22, 2008

Parabéns António Balbino Caldeira, "enquanto tal e cidadão"

Parabéns, muitos parabéns António do Portugal profundo!

Esta nova "acusação de Sócrates" referia-se a Sócrates na posição contrária à da antiguidade: enquanto acusador e já não na posição de acusado inocente e justo. E creio bem que também a justiça estaria hoje no campo contrário ao dos tempos helénicos. Felizmente o processo - que quase não chegou a sê-lo - teve o fim que deve ter qualquer absurdo. O acusador, com o tempo, mentalizou-se da sua falta de razão... e desistiu. O acusado, manteve-se firme na sua convicção... e resistiu.

Bravo!

Mas não chega... Vai sendo tempo de avançar com alternativas aos sistémicos... se não queremos "colaborar" com eles por omissão. Trabalhemos, pois, com coragem dentro do sistema democrático mas não necessariamente dentro dos partidos existentes.

Pela minha parte, estou com outros a lançar o «Portugal pro Vida» para o que der e vier. É a Causa que nos une e mobiliza. É, para nós, a «Causa - mãe de todas as causas». E é precisamente neste terreno que se preparam alguns dos próximos combates que eles estão impacientes para lançar: eutanásia, casamento homossexual, extensão do prazo das 10 semanas para o aborto.

Por ora, é uma pequena semente que há-de crescer com o código genético (bom ou mau) que lhe for transmitido pelos "progenitores". E, se for bom e viável, sem dúvida crescerá.

http://portugalprovida.blogspot.com/

Um abraço de felicitações solidárias,
Luís Botelho Ribeiro

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro professor, gostaria de lhe perguntar se o ensino é de facto a sua preferência ou o professor anda apenas a enganar-se e aos outros que o rodeiam e dependem de si (alunos). digo isto porque o sr. parece que tem uma obsessão pela política e pelo activismo e nas suas aulas isso é tudo o que não tem para demonstrar. infelizmente tenho de assinar como anónimo para não sofrer as mais que certas represálias. Cumprimentos

Luís Botelho Ribeiro disse...

Caro anónimo,

E eu gostaria de lhe responder "caro aluno". Porém, pela maneira como termina a sua mensagem, que desde já agradeço, sou levado a concluir que provavelmente não é meu aluno. Porque se o fosse, ainda que recente, estou certo que saberia já que se há coisa que aprecio é a franca troca de ideias, concordantes ou não com as minhas. Desde 1992 que dou aulas e tenho a consciência tranquila de que nem um só dos meus alunos se pode queixar de alguma injustiça intencional, de alguma "represália" como o senhor diz.

Ainda esta noite me saudou na rua, em Braga, com um tom amistoso que não terá escapado a quem comigo seguia, um antigo aluno. Livre do espectro já de qualquer represália, acha que me tratou com cordialidade e estima diferente do tempo em que era meu aluno?...

Se o amigo anónimo fosse deveras meu aluno saberia também que essa "obsessão" de que fala não me faz desviar o rumo das minhas aulas do seu assunto principal. O que não quer dizer que aqui e ali não diga alguma piada sobre "política".

Se, porém, acha que as minhas aulas podem ser "fachada" para um qualquer tipo de activismo, porque não aparece um dia a ver com os próprios olhos? Até pode ser que aprenda alguma coisa...

Olhe, talvez aprenda que um Homem assina o que escreve e o que pensa. E quando age com a timidez que o seu anonimato revela, diante de um "perigo" tão remoto como o que eu algum dia pudesse representar para quem quer que fosse, já está a contribuir para alastrar a vaga do medo que, ante perigos bem reais, vai crescendo no nosso país.

Sim, sou um cidadão preocupado com o rumo do nosso país. E se isso não contende minimamente com a minha função de professor, investe-me talvez, ao contrário, duma responsabilidade acrescida perante as legítimas expectativas das novas gerações que vejo soçobrar contra as portas cada vez mais fechadas do sistema (de que faço conscientemente parte). Algo devo fazer para mudar o mundo. Algo devemos fazer todos - eu e o meu amigo anónimo. O quê? Isso é o que, com o andar da vida, vamos descobrindo ou esquecendo.

Por isso termino com um agradecimento. Obrigado por, com as suas questões irreverentes mas correctas (mau grado a parte ofensiva das suas insinuações - que relativizei e a tempo - por absolutamente infundadas - esquecerei) me ter dado ocasião para fazer um exame de consciência à minha postura como professor e passar a escrito pensamentos que nunca me ocorrera sequer verbalizar.

Desejo-lhe um bom ano de 2008, sorte nos estudos - se se tratar de um estudante ou de um formando do programa "novas oportunidades" (está a ver o tipo de piada que às vezes me sai nas aulas?) - e faço votos para que continue a melhorar a sua capacidade de julgar os outros com justiça. Especialmente quando os conhece mal, não lhs regateie o "benefício da dúvida".

E sobretudo, (se não aceitar isto como conselho, tome-o como um pedido meu para o bem do ambiente humano que de algum modo partilhamos) tente não escrever ou dizer anonimamente qualquer coisa que se envergonhasse de assinar.

Os meus cumprimentos,
Luís Botelho Ribeiro

Anónimo disse...

Caro professor,

A questão da minha identidade penso que não é importante assim como o facto de ser ou ter sido seu aluno ou dum programa governamental que eu próprio tenho dúvidas da sua eficácia.

O que é importante é o que pretendo com o meu comentário.

Em relação à questão das represálias, devo dizer que o professor se nunca as teve em relação aos seus alunos intencionalmente, então disfarçou muito bem porque não é isso que ouvi dizer.

Em relação ao facto do seu ex-aluno o teu cumprimentado efusivamente, eu respondo da seguinte forma:

qual é a média das avaliações dos inquéritos que são preenchidos pelos alunos no fim de cada semestre?

Qual é a taxa de aprovação de alunos nas suas disciplinas?

Qual é a percentagem de alunos inscritos às suas disciplinas que vêm às suas aulas?

Qual é o número de alunos que vai ter consigo ao seu gabinete para tirar dúvidas?

E por último digo-lhe o seguinte: o senhor tem grande curriculum mas na minha opinião o ensino não é a sua vocação.

Ou melhor, falta-lhe vocação para ensinar.

Sem o querer ofender pessoalmente, porque considero-o uma pessoa simpática e concordo com muitas das suas críticas ao "sistema".

Cumprimentos

António Balbino Caldeira disse...

Muito obrigado, Luís por toda a tua solidariedade e apoio durante este tempo crítico. a lurta continua!